Bento XVI: Purgatório é «verdade fundamental» da fé

Papa volta a salientar importância das mulheres para a sociedade e Igreja

Cidade do Vaticano, 12 Jan (Ecclesia) – Bento XVI sublinhou hoje no Vaticano que o purgatório é “uma verdade fundamental da fé” que convida os católicos a “rezar pelos defuntos”.

Na audiência geral desta manhã, o Papa falou de Santa Catarina de Génova (1447-1510) e da sua perspectiva sobre o purgatório, que para a Igreja Católica é uma fase de purificação por que passam as almas dos que morreram em união com Deus, antes da total comunhão com ele.

Para Bento XVI, os “escritos inspirados” da santa sobressaem por se centrarem na existência terrena, e não na vida após a morte, o que na época foi uma novidade.

“Não se parte, efectivamente, do além para descrever os tormentos do purgatório e depois indicar o caminho para a purificação ou conversão, mas parte-se da experiência interior do homem a caminho para a eternidade”, realçou.

O Papa baseou-se na acção de Catarina de Génova em favor dos doentes e dos pobres para salientar a importância das mulheres para a sociedade e para a Igreja.

“O serviço humilde, fiel e generoso” da santa “é um luminoso exemplo da caridade para todos e um encorajamento especialmente para as mulheres que dão um contributo fundamental à sociedade e à Igreja com a sua preciosa obra, enriquecida pela sua sensibilidade e pela atenção aos mais pobres e mais necessitados”, disse Bento XVI.

A catequese recordou que Catarina, nascida na cidade de Génova, actual Itália, passou por um casamento “que não foi fácil”, tendo sido “induzida inicialmente a levar “um tipo de vida mundana, na qual, no entanto, não conseguiu encontrar serenidade”.

A conversão da santa, assinalou Bento XVI, iniciou-se em 1473, depois de uma visão “clara das suas misérias e dos seus defeitos e, ao mesmo tempo, da bondade de Deus”.

O discurso do Papa sintetizou os dois pólos que caracterizaram a existência da santa: “por um lado a experiência mística, a profunda união com Deus”, e, “por outro, a assistência aos doentes, a organização da hospedaria, o serviço ao próximo”.

[[v,d,1739,Saudação de Bento XVI em português]]A doutrina católica refere que as almas do purgatório podem beneficiar das orações dos que ainda vivem, pelo que a Igreja recomenda que se reze por elas, se ofereça a missa por sua in­ten­ção e se alcancem indulgências em seu pro­veito.

Estas recomendações concretizam-se também nas “alminhas”, pequenos monumentos junto às estradas que pedem orações pelos defuntos aos viajantes.

Ao dirigir-se aos peregrinos de língua portuguesa presentes na sala Paulo VI, o Papa endereçou uma “saudação amiga de boas vindas”, convidando os fiéis a aderir “sempre mais a Jesus Cristo” e a fazerem da sua palavra “o guia” do “pensamento” e da “vida”.

“Então sereis, na sociedade, aquele fermento de vida nova que a humanidade precisa para construir um futuro mais justo e solidário, que sonhais e servis com a vossa actividade”, concluiu Bento XVI.

RM

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