Bento XVI pede diálogo entre fé e razão

Papa volta à figura de Santo Agostinho para falar de harmonia intelectual e espiritual Bento XVI falou esta manhã da relação entre “fé e razão”, apresentando a figura de Santo Agostinho como um modelo de harmonia num percurso “intelectual e espiritual”. O Papa falava no Vaticano, durante a audiência geral desta manhã, que contou com a participação de cerca de 7 mil fiéis. Bento XVI explicou que a relação entre fé e razão “é um tema determinante da biografia de Santo Agostinho, que não queria professar uma religião que não fosse capaz de dar uma resposta à sua sede de verdade e à razão”. Este era, segundo o Papa, um homem de paixão e de fé, mas sem nunca renunciar à razão. Para Agostinho, “afastar-se de Deus equivale a afastarmo-nos de nós próprios”. “O seu itinerário intelectual e espiritual é um modelo da relação entre fé e razão. Há fórmulas suas que exprimem bem a harmonia que deve existir entre ambas: ‘Crer para compreender’, mas também, inseparavelmente, ‘compreender para crer’! Esta harmonia significa que Deus está próximo de cada homem, próximo do seu coração como também da sua razão”, indicou. Para Agostinho, “a presença de Deus no homem é profunda e misteriosa. Mas pode ser reconhecida no mais profundo de si mesmo, porque – como ele escreve – ‘no homem interior habita a verdade’. Mais ainda: o ser humano é por natureza social, e só é anti-social por vício. È salvo por Cristo, o único mediador entre Deus e a humanidade, caminho universal de liberdade e de salvação. Fora deste caminho, “nunca ninguém foi libertado, ninguém se liberta, ninguém será libertado”, prosseguiu o Papa. Segundo Bento XVI, “esta presença misteriosa de Deus pode ser reconhecida no interior do homem, porque, como dizia Agostinho com uma expressão muito conhecida ‘Fizestes-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti’. O homem, acrescenta o Santo, é um grande enigma e um abismo que só Cristo é capaz de iluminar e satisfazer”. “Aliás, enquanto único mediador da salvação, Cristo é cabeça da Igleja, e está unido misticamente a ela. Perante a pergunta ‘o que é que santo Agostinho pode dizer ao homem de hoje’, poder-se-ia responder com as palavras por ele escritas numa carta, depois da sua conversão: ‘Parece-me que se deve levar aos homens a esperança de encontra a verdade’”, concluiu. Após a catequese, Bento XVI saudou os representantes da Comunidade católica de Santo Egídio, por ocasião do seu 40.º aniversário. (Com Rádio Vaticano)

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