Bento XVI: Oração exige luta, firmeza e humildade

Rezar é «quase um corpo-a-corpo simbólico» com Deus, que não é «adversário» mas que «abençoa» e «permanece misterioso»

Cidade do Vaticano, 25 mai 2011 (Ecclesia) – O Papa salientou hoje que a oração exige luta, firmeza e humildade, numa relação com Deus sujeita a atravessar períodos de incerteza.

A existência humana é como uma “longa noite de combate e oração, habitada pelo desejo de bênção divina” que, recebida “com humildade” através da “misericórdia” de Deus, dá uma nova identidade à pessoa, afirmou Bento XVI na audiência geral desta manhã realizada no Vaticano.

A alocução do Papa, proferida na Praça de São Pedro, baseou-se no relato do livro bíblico do Génesis que conta a luta noturna de Jacob com um desconhecido, que ao amanhecer o protagonista viria a reconhecer tratar-se de Deus.

Depois de salientar que a Igreja tomou esta narrativa como “símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança”, Bento XVI referiu que rezar “exige confiança e intimidade”, tratando-se “quase” de um “corpo-a-corpo simbólico, não com um Deus adversário, mas com o Senhor que abençoa e que permanece misterioso”.

A experiência espiritual pode ser “difícil” mas “transforma e é uma inesgotável fonte de graça”, assinalou o Papa, que deu como exemplo a mudança operada em Jacob, “cujo nome derivava do verbo hebraico que significa ‘enganar’”, e que veio a chamar-se “Israel, que significa ‘Deus é forte, Deus vence’”.

A “noite” do patriarca torna-se para os crentes “um ponto de referência para compreender a relação com Deus que na oração encontra a sua máxima expressão”, frisou Bento XVI.

Dirigindo-se em língua portuguesa aos “queridos peregrinos” de Portugal e do Brasil, Bento XVI agradeceu a sua presença, realçando “quanto a mesma significa de confissão de fé e amor a Deus”, e estimulou-os a procurar na oração o auxílio de Deus “para combater a boa batalha da fé”.

RM

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