Bento XVI no Santuário do Santo Rosto

O Papa acaba de chegar ao Santuário do Santo Rosto em Manoppello, uma localidade italiana da região dos Abruzos (Abruzzo). Após uma curta viagem de helicóptero, Bento XVI encontra-se a cumprimentar a multidão que o esperava no local. Esta é a primeira vez que o Santuário recebe a visita de um Papa. No local encontra-se o véu em que, segundo a tradição, teria ficado impresso o rosto de Jesus após ter sido limpo pela Verónica. A peregrinação desta sexta-feira durará cerca de duas horas, nas quais Bento XVI adorará a Eucaristia em silêncio, venerará a relíquia e pronunciará um discurso. A relíquia do Santo Rosto é um véu de 17×24 centímetros, no qual se encontra impressa uma imagem sem que, até ao momento haja uma explicação científica, pois os estudos realizados confirmam a inexistência de pintura sobre o véu. Em 2006, celebra-se o quinto centenário da chegada desta imagem aos Abruzos. Segundo a tradição, Jesus Cristo deixou o seu rosto gravado no véu da Verónica e no lençol guardado em Turim (Santo Sudário). Embora a história do véu seja bem conhecida, não aparece na Bíblia. De acordo com uma antiga lenda no apócrifo “Actos de Pilatos”, uma santa mulher cujo nome era Verónica secou a face de Cristo no caminho para o Calvário. O resultado foi a imagem do Rosto de Cristo sobre o pano. Conta-se que o chamado Véu de Verónica foi levado para Roma em 1297, mas sobre o que lhe aconteceu depois não existem certezas. Por ocasião do primeiro Ano Santo em 1300, o Véu de Verónica foi exibido publicamente e tornou-se uma das “Mirabilia Urbis” (“maravilhas da Cidade”) para os peregrinos que visitavam Roma. Pesquisas científicas levadas a cabo recentemente mostram que a imagem no Sudário de Turim e a imagem que aparece no véu em Manoppello são de tamanhos idênticos e passíveis de serem sobrepostos, com a única diferença de que na relíquia de Manoppello a boca e os olhos estão abertos. Há séculos que peregrinos da Itália e de todo o mundo se deslocam a Manoppello, ao santuário confiado aos Capuchinhos. O Pe. Carmine Cucinelli, Reitor do Santuário, explica à Rádio Vaticano que “a presença do Papa é mais importante do que a celebração dos 500 anos de presença da relíquia”. O frade Donato da Bomba escreveu, em 1646, uma “Memória histórica”, na qual conta como uma peregrinação, chegada a Manoppello, tinha entregue a um médico da região uma imagem sacra que ele entendeu ser a de Jesus. Passando de mão em mão, o véu acabou por ser oferecido aos Capuchinhos, que o guardaram desde então, colocando-o num relicário de prata e expondo-o à devoção dos fiéis.

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