Bento XVI na Universidade Gregoriana

Bento XVI visitou, esta manhã, a Universidade Gregoriana. Fundada por Santo Inácio há 456 anos, o Papa “confia uma vez mais” aos Jesuítas esta “obra tão importante para a Igreja universal e para tantas Igrejas particulares”. A propósito da “identidade e missão” da Gregoriana, Bento XVI sublinhou que esta supõe ao mesmo tempo “fidelidade à sua própria história e tradição, para não perder as raízes históricas, mas também abertura à realidade actual para responder – com atento discernimento e espírito criativo – às necessidades da Igreja e do mundo de hoje”. “A Igreja – disse ainda – deseja que a Gregoriana conserve o espírito inaciano que a anima, com o seu próprio método pedagógico e o seu modo de organizar os estudos”. Evocando a sua própria experiência de estudo e ensino teológico, não só nas Universidades alemãs, mas também um Curso de Teologia Dogmática de que foi docente em 1972, nesta Universidade Gregoriana (na altura em que era catedrático em Regensburg), observou o Papa Ratzinger: “Para ter sentido em relação ao Reino de Deus, a fadiga do estudo e do ensino deve ser animado pelas virtudes teologais” (da fé, da esperança e da caridade). De facto, o objecto imediato da ciência teológico é o próprio Deus, revelado em Jesus Cristo. Mesmo quando, no caso do Direito Canónico e da História da Igreja, o objecto imediato é o Povo de Deus na sua dimensão visível e histórica, e a análise aprofundada da matéria conduz à contemplação, na fé, do mistério de Cristo ressuscitado. É Ele que, presente na sua Igreja, a conduz no meio dos acontecimentos do tempo para a plenitude escatológica, uma meta para a qual caminhamos sustentados pela esperança. Não basta porém, conhecer Deus; para podê-lo realmente encontrar, é preciso também amá-lo”. O estudo da Teologia, do Direito Canónico e da História da Igreja não é só conhecimento das proposições da fé na sua formulação histórica, e na sua aplicação prática, mas é sempre também inteligência dessas mesmas, na fé, na esperança e na caridade. Só o Espírito perscruta as profundidades de Deus; portanto, só na escuta do Espírito se pode perscrutar a profundidade da riqueza, da sapiência e da ciência de Deus. E o Espírito, escuta-se na oração, quando o coração se abre à contemplação do mistério de Deus, que se revelou no Filho Jesus Cristo”.

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