Bento XVI explica sentido da Quaresma

Inicia-se hoje o tempo de preparação para a Páscoa, marcado pela oração, a penitência e o compromisso em favor dos outros Bento XVI sublinhou hoje a importância da “conversão” ao longo do tempo da Quaresma, que hoje se inicia, frisando que é necessário “depender em tudo de Deus”, porque o homem não é arquitecto do seu próprio destino. “A conversão não é um esforço de auto-realização, porque o ser humano não é arquitecto do seu próprio destino eterno”, disse o Papa na audiência geral desta manhã, na qual lembrou que o ser humano “tem um destino mais alto”. “Podemos dizer que a conversão consiste em não se considerar criadores de si mesmo”, acrescentou, pedindo que as pessoas aceitem Deus “livremente, com amor”. Neste tempo quaresmal, marcado pela oração, a penitência e o compromisso em favor dos outros, os cristãos são chamados a “não perseguir o sucesso pessoal, que é algo passageiro, mas, abandonando as seguranças humanas, colocar-se no caminho do Senhor, com simplicidade, para que Jesus seja para cada um, como dizia Madre Teresa de Calcutá, «o meu tudo em tudo»”. O Papa aludiu ao “austero itinerário quaresmal”, para destacar que “a conversão não se faz de uma vez para sempre, mas é um caminho interior que dura toda a vida”. “A Quarta-Feira de Cinzas é, para nós cristãos, um dia particular, caracterizado por um profundo espírito de recolhimento e reflexão”, observou. Nesse sentido, os fieis têm uma ocasião para se “tornarem cristãos novamente”, redescobrindo o significado do Baptismo. Na sua saudação em português, o Papa lembrou que “hoje a Igreja entra no seu período Quaresmal, fazendo ressoar as palavras de Jesus, que estimulam à conversão e a depositar a própria fé no Evangelho (cf. Mc 1,15)”. “Converter-se significa buscar o Senhor e seguir docilmente os seus ensinamentos. A liturgia desse tempo convida a refletir e a rezar, valorizando ao mesmo tempo a penitência e as obras de caridade pelos nossos irmãos”, acrescentou. Converter os corações Esta tarde, na Basílica romana de Santa Sabina, o Papa destacou que “a conversão do coração a Deus é a dimensão fundamental do tempo quaresmal”. Bento XVI presidiu à celebração das Cinzas, explicando que este gesto tem um duplo significado: “o primeiro, relativo à mudança interior, à conversão e à penitência; o segundo lembra a precariedade da condição humana”. Desta celebração saiu um convite a “percorrer um caminho interior, de conversão e reconciliação, para chegar à glória da Jerusalém celeste”. “Temos 40 dias para aprofundar esta extraordinária experiência ascética e espiritual”, indicou o Papa. Como “instrumentos úteis” para a renovação interior, Bento XVI falou da caridade (a esmola), a oração e a penitência (o jejum). “Não hesitemos em reencontrar a amizade de Deus, perdida com o pecado; encontrando o Senhor, experimentamos a alegria do seu perdão”, sublinhou.

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