Bento XVI diz que a Igreja não é «agente político»

Papa recebeu presidente da Itália e apelou à colaboração recíproca Bento XVI destacou hoje a importância da colaboração entre a Igreja e o Estado, em todas as partes do mundo, mas negou que a mesma queira ser um “agente político”. O “interesse profundo pelo bem da comunidade política” leva, isso sim, os leigos católicos a procurar construir uma ordem justa na sociedade. O Papa falava ao receber, no Vaticano, o presidente italiano Giorgio Napolitano, eleito em Maio passado, acompanhado por uma ampla delegação, da qual fez parte o ministro dos Negócios Estrangeiros, Massimo D’Alema. Esta foi a 14ª visita oficial de um chefe de Estado italiano ao Papa e a primeira de Napolitano. Bento XVI apelou aos valores e princípios antropológicos, enraizados “na natureza do ser humano” para fazer face aos grandes desafios da actualidade: “a guerra e o terrorismo, a fome e a sede, a extrema pobreza de tantos seres humanos, algumas terríveis epidemias”, mas, sobretudo, “a tutela da vida humana em todas as suas fases, da concepção até à morte natural, e a promoção da família, fundada sobre o matrimónio”. Após as polémicas surgidas na Itália por causa das tomadas de posição públicas dos Bispos sobre temas ligados às questões da vida, o Papa lembrou que o ponto de vista eclesial entra na liberdade democrática, como uma posição aberta que pode ser partilhada por muita gente. “A liberdade, que a Igreja e os cristãos reivindicam, não prejudica os interesses do Estado e dos outros grupos sociais, não pretendendo uma supremacia autoritária, mas sim ser uma condição para que se possa compreender o precioso serviço que a Igreja oferece à Itália e a qualquer país onde está presente”, disse. Bento XVI frisou que Igreja e Estado, apesar de serem “totalmente distintos”, são chamados, segundo a sua respectiva missão “a servir o ser humano, que é ao mesmo tempo destinatário e participante da missão salvífica da Igreja e cidadão do Estado”. O Papa sublinhou a importância da Liberdade Religiosa e agradeceu o “vínculo particular de fé e história” que ligam o Bispo de Roma à Itália.

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