Bento XVI convoca Sínodo para o Médio Oriente

Assembleia ocorrerá em Outubro de 2010. Tema sublinha “comunhão” e “testemunho”

O Papa anunciou hoje a convocação da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que se realizará de 10 a 24 de Outubro de 2010. O encontro reflectirá sobre o tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho – A multidão dos que haviam acreditado era um só coração e uma só alma.

A novidade foi comunicada durante a audiência que Bento XVI concedeu em Castel Gandolfo a sete patriarcas católicos: o patriarca maronita Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, o patriarca de Cilícia dos Armênios, Sua Beatitude Nerses Bedros XIX Tarmouni, o patriarca dos Sírios de Antioquia, Sua Beatitude Ignace Youssef III Younan, o patriarca caldeu, Cardeal Emmanuel III Delly, o patriarca de Antioquia dos Greco-melquitas, Gregorio III Laham, o patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, e o patriarca copta Antonios Nagib. O encontro contou também com a presença dos arcebispos maiores das Igrejas Orientais, o cardeal Lubomyr Husar, de Lvov dos Ucranianos, e o arcebispo Lucian Muresan, de Alba Iulia (Roménia).

Nas palavras que lhes dirigiu, o Papa congratulou-se com a realização desta “reunião de carácter informal, que nos permite escutar a voz das Igrejas que vós servis com admirável abnegação e de reforçar os vínculos de comunhão que as ligam à Sé Apostólica”.

Bento XVI referiu que os patriarcas orientais católicos lhe solicitaram, por diversas vezes, “um contacto mais frequente com o Bispo de Roma, para tornar cada vez mais sólida a comunhão daquelas Igrejas com o Sucessor de Pedro e examinar conjuntamente, quando for o caso, eventuais temáticas de particular importância”.

“Pela minha parte, advirto como dever principal promover aquela sinodalidade tão cara à eclesiologia oriental e saudada com apreço pelo Concílio Ecuménico Vaticano II”.

O Papa assegurou “partilhar plenamente” a estima pelas Igrejas Orientais que o Concílio Vaticano II lhes manifestou no Decreto “Orientalium Ecclesiarum”, e que João Paulo II reafirmou, sobretudo na Exortação Apostólica ”Orientale Lumen”. Bento XVI fez sua a passagem deste documento, em que o Papa Wojtyla fazia votos para que as Igrejas Orientais Católicas “floresçam”, a fim de desenvolverem “com renovado vigor apostólico a missão (…) de promover a unidade de todos os cristãos, especialmente orientais”.

“O horizonte ecuménico está muitas vezes ligado ao inter-religioso. Nestes dois âmbitos é toda a Igreja que tem necessidade da experiência de convivência que as vossas Igrejas maturaram desde o primeiro milénio cristão”, declarou Bento XVI.

Relativamente às “problemáticas que vos preocupam”, expressas nas intervenções dos presentes, o Papa limitou-se a observar que essas questões “poderão encontrar orientações adequadas nas sedes competentes”.

“Quereria assegurar-vos que estais constantemente no meu pensamento e na minha oração. Não esqueço, em especial, o apelo de paz que depusestes nas minhas mãos no final da Assembleia do Sínodo dos Bispos de Outubro passado”.

Entre os temas que terão sido abordados pelos patriarcas orientais encontram-se o aumento do fundamentalismo no Médio Oriente, as preocupações dos cristãos, a importância do diálogo cristão – islâmico, o estatuto do patriarca católico oriental na Igreja universal e a jurisdição eclesiástica no Kuwait e nos Países do Golfo.

Com Rádio Vaticano

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