Bento XVI lamentou esta manhã o “flagrante contraste” entre o direito e o real acesso que os cidadãos têm à igualdade de oportunidades. O Papa recebeu esta manhã em audiência os participantes da 15ª Sessão Plenária da Academia Pontifícia das Ciências Sociais a quem afirmou ser “uma tragédia vergonhosa que um quinto da humanidade ainda passe fome”. A Academia Pontifícia das Ciências Sociais é o organismo tem por objectivo aprofundar a Doutrina Social da Igreja nas áreas de Direito, Economia, Política e outras ciências sociais. Além de estudar o trabalho, a democracia, a globalização, a solidariedade e a subsidariedade em relação aos ensinamentos sociais da Igreja, esta Academia dedica-se ao estudo da dignidade da pessoa humana e dos direitos humanos, num encontro entre a Doutrina da Igreja e a sociedade contemporânea. A sua actual presidente é Mary Ann Glendon. No discurso que proferiu aos participantes, Bento XVI indicou que a globalização e a actual crise económica acentuam a desigualdade. O Papa referiu que os direitos humanos constituem “o ponto de referência de uma ética universal partilhada”, e para a sua concretização é necessária a “colaboração e a disposição de todos os líderes internacionais” com vista a uma “adequada oferta de alimentos e recursos vitais, como a água e a energia”. Este trabalho deve ser desenvolvido com “boa fé, respeitando as leis naturais e promovendo a solidariedade e subsidariedade nas regiões e povos das áreas mais pobres do Planeta”, mas deve ao mesmo tempo, ser capaz de “eliminar as desigualdades sociais entre os países e as sociedades, e aumentar a segurança global”. Bento XVI pediu aos cientistas e académicos para serem “testemunhas visíveis e consistentes da defesa e da promoção desses direitos inegociáveis, fundados na lei divina”. Com Rádio Vaticano