Bento XVI: Arcebispo de Évora recordou «perito em humanidade», que «iluminava as mentes e os corações»

D. Francisco Senra Coelho assinala que viagem a Portugal foi «um gratificante encontro de muitos ‘afastados’ com a Igreja»

Foto: Lusa/EPA

Évora, 05 jan 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu esta tarde a uma Missa por Bento XVI, na catedral, e na homilia afirmou que o ministério de Papa emérito marca a “contemporaneidade com atos de determinação lúcidos e proféticos”.

“Nesta hora de luto iluminado pela Esperança Cristã, sentimos e agradecemos o valor da estabilidade que a serenidade deste Pastor nos ofereceu a todos. Era uma companhia tão silenciosa quanto presente, uma espécie de reserva moral testada e confirmada pela preciosidade da sua sabedoria e da sua coerência”, disse D. Francisco Senra Coelho.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, pelo Departamento Comunicação de Évora, o arcebispo explicou que Bento XV era “perito em Humanidade, iluminava as mentes e os corações com a racionalidade da fé”, e com a proximidade da ternura de Deus aos “vazios humanos”.

“Profundamente conhecedor do Ocidente e da Europa, doentes, encetou o diálogo Fé – Cultura através das promissoras e inacabadas iniciativas ‘Átrio dos Gentios’”, acrescentou.

Segundo D. Francisco Senra Coelho, o Papa emérito “respondeu com toda a sua liberdade” e com todo o seu ser à chamada “Senhor Tu sabes que eu te amo”, e o seu ministério marca, por isso, “a contemporaneidade com atos de determinação lúcidos e proféticos”, capazes de iluminar o tempo e fazer História.

“Na base da sua determinação está o seu amor ao Senhor que ele vê na Sua Igreja”, realçou, na Missa que presidiu na Catedral de Évora.

A visita de Bento XVI a Portugal, de 11 a 14 de maio de 2010, onde teve vários encontros e presidiu a várias celebrações em Lisboa, no Santuário de Fátima e no Porto, foi “talvez a visita pastoral que mais marcou o seu pontificado”, escreve o arcebispo de Évora.

A visita pastoral realizada pelos dez anos da canonização de Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos de Fátima, foi uma festa e “um gratificante encontro de muitos ‘afastados’ com a Igreja”.

“Os verdadeiros sábios são os únicos capazes de falar dos grandes temas complexos e exigentes da vida com linguagem acessível, simples e compreensível a todos”, assinala D. Francisco Senra Coelho, neste contexto.

O arcebispo de Évora começou a homilia a explicar que com esta celebração pelo “saudoso” Papa Bento XVI, a arquidiocese uniu-se “à Igreja Mãe de Roma e a toda a Igreja Universal”.

Bento XVI, Papa entre 2005 e 2013, faleceu a 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos de idade; a Missa exequial realizou-se hoje, presidida pelo Papa Francisco, e reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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