Bento XVI alerta para risco de fragmentação provocado pela Internet

O Papa alertou esta Segunda-feira para o risco de a globalização e as novas tecnologias se tornarem um “instrumento de fragmentação crescente do conhecimento humano”. Num encontro com os promotores do diálogo inter-religioso, que concluiu o primeiro dia de Bento XVI em Jerusalém, o Papa falou em especial da Internet e seus inúmeros portais. Esta época de acesso imediato à informação e de tendências sociais que geram uma espécie de monocultura, disse, “oferece uma esplêndida oportunidade para pessoas de diferentes religiões de viver juntas em profundo respeito, estima e apreço, encorajando-se reciprocamente nos caminhos de Deus”. Neste cenário, o Papa apresentou o contributo que a religião pode dar às culturas do mundo, para que possa proclamar com clareza o que os fiéis de todas as religiões têm em comum. Unidade, afirmou Bento XVI, que não depende da uniformidade: apesar de as diferenças no diálogo inter-religioso poderem parecer barreiras, elas não devem obscurecer o sentido comum de reverência e de respeito universal pelo absoluto e pela verdade, que leva os fiéis a estabelecerem relações uns com os outros. Uma cultura, advertiu o Papa, não deve ser definida pelos limites do tempo ou do espaço, mas deve ser plasmada pelos princípios e pelas acções que provêm da fé: “Juntos podemos proclamar que Deus existe e que pode ser conhecido, que a terra é a sua criação, que nós somos as suas criaturas, e que ele chama cada homem e mulher a um estilo de vida que respeite o seu desígnio para o mundo.” Hoje a voz de Deus é ouvida menos claramente. Mas este “vazio” não é um vazio de silêncio. Pelo contrário, é um ruído de pretensões egoísticas, de promessas vazias e de falsas esperanças, que frequentemente invadem o espaço no qual Deus nos busca. Os fiéis, então, podem criar espaços, oásis de paz e de reflexão profunda, em que se possa ouvir novamente a voz de Deus. (Com a Rádio Vaticano)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top