Bento XVI alerta para o drama dos menores forçados a migrar

Papa deseja medidas de prevenção, de salvaguarda e de acolhimento, lembrando Convenção dos Direitos da Criança

Bento XVI denunciou o drama dos menores forçados a migrar e dos que se vêm na necessidade de solicitar asilo, “fugindo, por várias razões, do seu próprio país, onde não recebem a protecção adequada”.

Os migrantes e refugiados menores de idade são o tema escolhido por Bento XVI para a sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que a Igreja Católica celebrará a 17 de Janeiro de 2010. O documento foi apresentado esta Sexta-feira, 27 de Novembro, em conferência de imprensa, no Vaticano, pelos responsáveis máximos do Conselho Pontifício responsável por esta área.

Para Bento XVI, o aumento do número de crianças entre os refugiados de todo o mundo é um fenómeno que “deve ser avaliado com atenção e enfrentado com acções coordenadas, com oportunas medidas de prevenção, de salvaguarda e de acolhimento, segundo quanto prevê também a própria Convenção dos Direitos da Criança”.

O Papa formula “votos de coração para que se reserve a justa atenção aos migrantes menores, necessitados de um ambiente social que permita e favoreça o seu desenvolvimento físico, cultural, espiritual e moral. Viver num país estrangeiro sem pontos de referência efectivos cria-lhes, especialmente àqueles que estão desprovidos do apoio da família, inúmeros e por vezes graves incómodos e dificuldades”.

“Com efeito, enquanto aumenta na opinião pública a consciência da necessidade de uma acção pontual e incisiva em protecção dos menores, de facto muitos são abandonados e, de vários modos, encontram-se em perigo de exploração”, lamenta.

O Papa aborda em específica a questão dos jovens nascidos nos países receptores, ou então por aquela dos filhos que não vivem com os pais emigrados depois do seu nascimento, mas que se reúnem a eles sucessivamente”.

“Estes adolescentes fazem parte de duas culturas, com as vantagens e as problemáticas ligadas à sua dúplice pertença, condição esta que todavia pode oferecer a oportunidade de experimentar a riqueza do encontro entre diferentes tradições culturais”, defende.

Para Bento XVI, “é importante que lhes seja oferecida a possibilidade da frequência escolar e da sucessiva inserção no mundo do trabalho, e que seja facilitada a integração social graças a oportunas estruturas formativas e sociais”.

O Papa deixa um desafio particular “às paróquias e às muitas associações católicas que, animadas por um espírito de fé e de caridade, envidam grandes esforços para ir ao encontro das necessidades destes nossos irmãos e irmãs”.

“Gostaria de convidar todos os cristãos a tomar consciência do desafio social e pastoral que apresenta a condição dos menores migrantes e refugiados”, escreve.

A Igreja, conclui, “trabalha para que sejam respeitados os direitos dos migrantes e dos refugiados, estimulando os responsáveis das Nações, dos Organismos e das Instituições internacionais, a fim de que promovam iniciativas oportunas em seu benefício”.

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