Bento XVI abriu o coração aos jovens

Bento XVI deu ontem uma verdadeira aula sobre várias dimensões do Cristianismo ao encontrar-se com os jovens da Diocese de Roma, na Praça de São Pedro. Dando continuidade a uma tradição iniciada por João Paulo II, o Papa esteve perto da juventude da Diocese e abriu o seu coração perante algumas das questões que lhes foram dirigidas sobre a Bíblia, o amor e a vocação. “A desumanidade do Nazismo fez-me querer ser padre. A vocação cresceu graças aos amigos e aos sacerdotes mestres”, confessou. O Papa disse aos jovens que o maior desafio do nosso tempo é a secularização, que apresenta um mundo “como se Deus não existisse”. “Mas, com essa visão, a sociedade também é deixada de lado. Cada um segue suas próprias ideias e, no fim, estão um contra o outro. Não podemos viver assim. Devemos manter presente Deus na nossa sociedade”, alertou. Bento XVI começou por explicar a importância de “ler a Bíblia em colóquio com o Senhor, com Deus e com os mestres”. Uma outra pergunta abordou as questões da sexualidade e da família, com Bento XVI a lamentar que o amor seja entendido, hoje em dia, “como um acto egoísta, à luz de um cultura consumista”. O Papa centrou-se na Sagrada Escritura para definir “o amor do matrimónio”, que implica “abandonar pai e mãe, para ser uma única existência”. “Uma cultura consumista falsifica a nossa vida com um relativismo que parece permitir tudo, mas na realidade esvazia”, precisou, lembrando que mesmo os teólogos medievais já consideravam o matrimónio o maior de todos os sacramentos, “em primeiro lugar na criação do ser-humano”. Bento XVI disse ainda que o casamento não foi uma invenção da Igreja e sim do próprio homem, “no dinamismo entre o amor de um homem e uma mulher”. O Papa ainda falou sobre o desporto, do qual destacou a “disciplina” necessária para obter sucesso.” O mesmo acontece na vida. Para que sejamos o mesmo homem projectado pelo criador, precisamos de renunciar, precisamos viver com um novo coração. Não o mesmo da cultura consumista que nos impede de viver como desejou nosso criador”, explicou. No final do encontro, levando em procissão a Cruz do Dia Mundial da Juventude que no próximo Domingo será entregue pelos jovens de Colónia aos jovens australianos que preparam o encontro mundial de Sydney-2008 , o Papa, com uma delegação de jovens, desceu às Grutas da Basílica de São Pedro. O encontro conclui-se, assim, junto do túmulo de João Paulo II, num momento de oração, após ter sido perceptível, ao longo da tarde, a “presença” do Papa Wojtyla, que institui esta jornada em 1985. “Também nós – disse Bento XVI – queremos recordar nele um grande chefe, que anunciou a Palavra de Deus, e queremos empenhar-nos para imitar a sua fé”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top