Lisboa, 23 nov 2014 (Ecclesia) – O novo coadjutor da Diocese de Beja, D. João Marcos , vai ser ordenado bispo hoje, às 16h00, numa celebração na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa
D. João Marcos, com 65 anos de idade, era diretor espiritual do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater, e foi nomeado a 10 de outubro pelo Papa Francisco como bispo coadjutor de Beja, com direito de suceder a D. António Vitaliano, atual responsável diocesano.
A ordenação episcopal vai ser presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que será o bispo ordenante, e terá como co-ordenantes o bispo de Beja, D. António Vitalino, e o arcebispo de Évora, D. José Alves.
A entrada solene na diocese alentejana vai ocorrer a 30 de novembro, às 17h00, numa celebração na igreja de Santa Maria da Feira.
O novo bispo coadjutor de Beja, D. João Marcos, olha para aquela diocese como “terra a ser preparada e semeada pelo evangelho para crescer como Igreja”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. João Marcos mostra-se consciente do desafio que vai enfrentar, num território extenso mas com “poucas pessoas e pouca prática dominical”.
Como nos seus 40 anos de sacerdócio, alimenta-o a certeza de ver “Deus trabalhar” no coração daquelas pessoas.
“Somos instrumentos que Deus usa, mas é Deus quem trabalha e isso é maravilhoso. Ver como as pessoas se abrem ao evangelho, se deixam moldar pelo espirito, é maravilhoso, uma nova criação”, sublinha.
Com um percurso pastoral muito ligado a paróquias mais rurais, o bispo natural da Guarda sublinha a importância de estar perto das pessoas para, no meio do seu quotidiano, fazer germinar o “tesouro” que é a “Palavra” de Deus e os “sacramentos”.
“Se há algo que marcou a minha vida pastoral nas paróquias, foi a proximidade, conhecer a realidade, estar com as pessoas. Houve muita gente que se aproximou da Igreja porque fui aos bairros”, recorda D. João Marcos.
Consciente das suas “lacunas”, o novo bispo coloca-se nas mãos de Deus para ter a força necessária para levar às comunidades de Beja “o amor de Cristo”.
“É a única coisa que tenho para dar, esta disponibilidade para que o Senhor por meio de mim, se manifeste a toda aquela gente que espera por mim”, sustenta.
A forma humilde mas confiante como encara a sua missão está também expressa no lema que escolheu para a sua ordenação episcopal: “O meu jugo é suave”.
“De si o jugo é quase sinonimo de cruz. O jugo é para os animais, para os escravos. Mas o jugo assumido por amor tem o significado de conjugar esforços e aceitar a lei de Deus”, frisa.
Quanto ao seu estilo pastoral, realça que "as pregações moralistas não o motivam", porque "o Evangelho é uma boa noticia, mais do que um fardo pesado, um dever a cumprir, um objetivo a atingir", complementa.
Um bispo coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao bispo diocesano quando este cessa as suas funções.
D. João Marcos irá assim assumir as funções de bispo de Beja quando D. António Vitalino, o atual responsável diocesano, atingir os 75 anos [novembro de 2016], idade em que o Direito Canónico determina a apresentação da renúncia.
LS/JCP/OC