Beja: «Novo bispo terá que trabalhar numa nova pastoral» – Cónego António Domingos Pereira (c/ vídeo)

Vigário episcopal para a Pastoral destaca também, como prioridades, «conquistar o clero» e «convocar» os leigos

Lisboa, 05 jul 2024 (Ecclesia) – O cónego António Domingos Pereira, da Diocese de Beja, destaca que o novo bispo diocesano, que toma posse domingo, dia 7 de julho, tem como desafios “trabalhar numa nova pastoral”, “conquistar o clero” e envolver os leigos.

“Penso que o novo bispo terá que trabalhar numa nova pastoral, uma pastoral que não seja de manutenção daquilo que existe, mas a criação de uma pastoral que crie vontade de trabalhar e que mesmo tempo aproveite os valores que ainda têm colocando-os em forma missionária”, disse o sacerdote, esta sexta-feira, 05 de julho, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Foto: C.M. Beja

A 21 de março deste ano, o Papa Francisco, nomeou D. Fernando Paiva como novo bispo da Diocese de Beja, e aceitou a renúncia apresentada pelo bispo D. João Marcos, que completa 75 anos a 17 de agosto.

O cónego António Domingos Pereira, que foi vigário-geral de Beja durante vários anos, explica que a diocese do Baixo Alentejana “é muito extensa” em território, tem “pouco clero – 47 presbíteros, com uma média de idade de 54 anos”, para mais de 117 paróquias, e “populações muito reduzidas”.

“É uma diocese que, em virtude da extensão e pouca população, torna muito difícil a atividade pastoral. Neste momento, podíamos dizer que há uma certa paragem; o novo bispo vai encontrar uma necessidade muito grande de instaurar, naturalmente, o entusiasmo, a esperança, a capacidade de trabalhar, de juntar o clero, falar com o clero, conquistá-lo e também os leigos, leigos integrados e a trabalhar na Igreja não são muitos”, desenvolveu.

Segundo o sacerdote, pároco in solidum de Nossa Senhora das Neves, são “poucos os trabalhos de uma renovação pastoral” e sublinha que a diocese tem “uma carência bastante grande de gente com dinamismo pastoral”, mas, observa que, pastoralmente, “Beja continua a ser, como a maior parte da Igreja em Portugal, uma Igreja de manutenção daquilo que era há muitos anos”.

Foto: João Marques/Diocese de Setúbal

O cónego António Domingos Pereira deixa, “para já”, duas indicações ao bispo eleito de Beja, a primeira é “conquistar o clero”, que “está muito disperso, vive muito longe um do outro”, e reuni-los, “fazer uma boa ligação entre eles”.

Em segundo lugar, o vigário episcopal para a Pastoral de Beja, numa diocese “quase a começar de novo, onde “há muita coisa boa, mas este novo modo de fazer pastoral implica que o clero esteja convencido”, sugere a D. Fernando Paiva que crie “verdadeiros caminhos” que os leigos podem percorrer para “garantir uma fé mais sólida, mais segura”.

“Alguns leigos precisam ser reunidos, de os convocar; nós estamos com muita esperança que o senhor D. Fernando traga um novo modelo pastoral e que caia bem e seja um fermento para nós”, assinalou.

O cónego António Domingos Pereira, que lembrou a ação pastoral de envolvimento dos leigos e missionária dos bispos D. José Patrocínio Dias, que “foi quem restaurou verdadeiramente a diocese”, e de D. Manuel Falcão, salientou que podem existir paróquias a “servir de missionários em outras paróquias”, com grupos de leigos.

“Hoje, encontramos padres que celebram quatro Missas ao domingo, o que não é normal e não permite também celebrar com a dignidade que deve ter a celebração, mas é possível que uma paróquia que tem mais dinamismo consiga encontrar leigos que se desloquem a outras pequenas paróquias”, acrescentou o sacerdote, no Programa ECCLESIA, desta sexta-feira, transmitido na RPT2.

 

PR/CB

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