Prelado, de 89 anos, vai ser sepultado na diocese alentejana onde viveu desde 1975
Beja, 21 fev 2012 (Ecclesia) – O bispo emérito de Beja, D. Manuel Falcão, faleceu esta noite aos 89 anos de idade, na Casa Episcopal, informa a Diocese, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
“Com sentimentos de amizade e solidariedade cristã comunico que na noite de 20 para 21 de fevereiro adormeceu no Senhor, na Casa Episcopal de Beja, na sua cama, o nosso querido D. Manuel Franco de Oliveira Falcão”, indica o atual bispo diocesano, D. António Vitalino.
O corpo do falecido prelado vai ser velado na Sé de Beja; às 18h30 haverá celebração da missa e às 21h00 missa com o Ofício de Leituras.
Esta quarta-feira, pelas 10h30, vão decorrer as exéquias Catedral, seguindo-se o cortejo para o cemitério de Beja, onde será depositada a urna no jazigo dos bispos da diocese.
D. Manuel Franco da Costa de Oliveira Falcão nasceu a 10 de novembro de 1922 em Lisboa; após a conclusão do curso de Engenharia, entrou no seminário, em 1945, e foi ordenado padre pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
O novo sacerdote viria a distinguir-se pela promoção dos estudos de sociografia religiosa, a criação e lançamento do Secretariado das Novas Igrejas do Patriarcado, a criação do Secretariado de Informação Religiosa e a publicação do ‘Boletim de Informação Pastoral’ (1959-1970), seguida do ‘ Boletim Diocesano de Pastoral’ do Patriarcado (1968-1975).
O então padre Manuel Falcão procedeu ao primeiro recenseamento da prática dominical no Patriarcado (1955) e fez, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e o Estado, o estudo do redimensionamento paroquial da Cidade (1959); mais tarde, já a viver em Beja, promoveu a realização e o apuramento do I Recenseamento da Prática Dominical em todas as dioceses de Portugal (1977).
Por Bula de Paulo VI datada de 6 de dezembro de 1966, foi eleito bispo titular de Telepte e auxiliar do cardeal-patriarca, com a ordenação episcopal a ter lugar a 22 de janeiro de 1967.
A 24 de outubro de 1974, pouco depois da Revolução de abril, foi nomeado coadjutor por Paulo VI, com direito de sucessão do arcebispo-bispo de Beja, D. Manuel dos Santos Rocha, chegando à Diocese em janeiro de 1975.
Aquando da resignação de D. Manuel dos Santos Rocha, por limite de idade, a 8 de setembro de 1980, D. Manuel Falcão passou a bispo diocesano, com entrada solene a 1 de outubro.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, pelo 40.º aniversário da sua ordenação episcopal, o prelado falou dos 19 anos à frente da diocese alentejana, sublinhando o “bom entendimento” com as autarquias comunistas e da “tentativa de evangelizar o Alentejo através das missões populares”.
O falecido bispo criou em 1984 o Departamento do Património Histórico e Artístico e, segundo sublinha a nota biográfica hoje publicada pela Igreja Católica em Beja, “consolidou as bases financeiras da Diocese”.
D. Manuel Falcão resignou a 25 de janeiro de 1999, ficando como administrador apostólico da Diocese até à tomada de posse de seu sucessor D. António Vitalino Fernandes Dantas, no dia 11 de abril.
O prelado decidiu continuar a viver em Beja, onde escreveu até à sua morte, no semanário diocesano ‘Notícias de Beja’.
Foi ainda autor da ‘Enciclopédia Católica Popular’, editada pelas Paulinas e disponível no portal da ECCLESIA (www.ecclesia.pt/catolicopedia).
OC
Notícia atualizada às 12h15