Conferência sobre a violeta inseriu-se na «vertente pedagógica» do certame
Beja, 02 jun 2014 (Ecclesia) – A 10.ª edição do festival “Terras Sem Sombra”, organizado pela Diocese de Beja, prosseguiu este sábado com uma conferência sobre a violeta, instrumento do século XVI que deu vida a obras de compositores como Mozart e Beethoven.
Segundo o professor José António Falcão, principal mentor do certame de musica-sacra, a conferência do violetista Alexandre Delgado veio na sequência da aposta da organização na “vertente pedagógica” do “Terras Sem Sombra”.
Para o responsável pelo Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, sensibilizar as pessoas, “sobretudo” as gerações mais “novas”, para este tipo de temáticas, musicais e culturais, “é uma das missões deste festival“.
Olhando para o percurso do “Terras Sem Sombra” desde a sua criação, em 2003, José António Falcão realça o “triónimo música, património e biodiversidade” que tem marcado o projeto.
Uma iniciativa da Igreja Católica que pretende dar a “conhecer aquilo que de mais interessante há” no Alentejo e convida visitantes e participantes a mergulharem “no quotidiano das comunidades, dos produtos regionais, aquilo que no fundo a região hoje pode apresentar como diferença e marca de qualidade”.
Na última década, o festival levou à região artistas e grupos de renome, no panorama nacional e internacional da música sacra ou clássica, abriu as portas das igrejas alentejanas para a realização dos concertos, contribuindo para a sua divulgação e dinamização.
Ao mesmo tempo, apostou em projetos que visaram e educação e inclusão social das populações, sobretudo das crianças e idosos; em atividades dedicadas à preservação das riquezas ambientais alentejanas, da sua fauna e flora, dos seus recursos hídricos, do equilíbrio do seu ecossistema; e em iniciativas de divulgação da produção hortícola e vinícola regional.
Para José António Falcão, o festival é hoje uma “aposta ganhadora”, com “reflexos positivos” na vida social, económica, cultural e religiosa da região.
Aquele responsável destaca também o progresso que o certame tem tido, ao nível do número de espetadores.
Com orientação artística do maestro italiano Paolo Pinamonti, o festival deste ano é particularmente dedicado à memória do primeiro bispo de Beja, D. Fr. Manuel do Cenáculo, por ocasião do bicentenário da sua morte.
Até 5 de julho, o programa do certame está a conciliar a música sacra com iniciativas de divulgação, dinamização e preservação do património cultural e ambiental do Baixo Alentejo, sobretudo nas zonas de Almodôvar, Grândola, Santiago do Cacém, Beja, Castro Verde, Sines e Moura.
HM/JCP