Diocese espera que a iniciativa funcione como uma «pedrada no charco no conformismo que inquina a maneira de olhar» a região
Beja, 02 jul 2015 (Ecclesia) – A Diocese de Beja vai trazer a Portugal “o chef do mais reputado e premiado restaurante madrileno da atualidade”, César Martín, numa iniciativa que visa divulgar a gastronomia alentejana e dinamizar a produção e o comércio na região.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, frisa que atualmente “boa parte do ciclo produtivo fica fora do Alentejo”, algo que “é preciso inverter rapidamente”.
Atualmente, “a região exporta os seus melhores produtos, aliás muito procurados pela excelência, mas investe pouco nas mais-valias que poderiam resultar da sua transformação e comercialização local”.
José António Falcão espera que a vinda do chef espanhol funcione como uma “pedrada no charco no conformismo que inquina a maneira de olhar o Alentejo”.
A mudança de paradigma só acontecerá se existir “uma visão profunda do território, traduzida no conhecimento das suas raízes, na criatividade, na aproximação a centros estratégicos”, alerta aquele responsável.
Marcada para o próximo domingo, em Sines, a deslocação do chef César Martín ao Alentejo está enquadrada no encerramento da 11.ª edição do festival “Terras Sem Sombra”.
O Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, promotor do certame, desafiou o chef a confecionar uma ementa a partir dos “produtos de excelência” que a região tem para oferecer.
Espera ainda que César Martín se possa “tornar num embaixador do Alentejo na capital espanhola”.
Num restaurante junto à praia de São Torpes, o cozinheiro “vai revisitar o peixe, o marisco, o pão, o azeite, a flor de sal, o queijo, as ervas aromáticas, o medronho e mel do Alentejo, interpretando-os à luz da sua própria maneira de entender Portugal”, refere a nota do DPHA.
Batizado com o nome “Do Atlântico e do Mediterrâneo: Lakasa e os Paladares do Sul”, este evento vai também ao encontro do esforço que a Diocese de Beja tem feito, ao longo dos anos, em colocar “o Alentejo nos circuitos internacionais da arte, da cultura e da gastronomia”.
JCP