Barreiras contra os refugiados promovem tráfico ilegal

A instituição do asilo está em riscos de extinção, na medida em que as nações de todo o mundo tornam cada vez mais difícil o fluxo dos refugiados. A acusação chega da ONU, num livro publicado para o Dia Mundial do Refugiado, que se celebra hoje O livro “Refugiados e Deslocação forçada”, da Universidade das Nações Unidas (UNU), explica que os obstáculos colocados pelos países industrializados para evitar a chegada dos refugiados está a levar muitas pessoas a recorrer ao tráfico ilegal como forma de chegar a um “santuário” de asilo. Esta tendência aumentou depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001, acrescenta o texto. Hans van Ginkel, reitor da UNU, indicou que “é claro que o início da guerra contra o terror e outros acontecimentos fecharam as portas de santuários a muita gente que precisa de refúgio, por causa das perseguições políticas e religiosas ou da violência e dos conflitos armados”. O mesmo responsável explica como se origina o circuito do tráfico humano: “se fecharmos as rotas legais, abrem-se as ilegais. O tráfico de pessoas é, neste momento, um dos negócios ilegais mais rentáveis do mundo, gerando milhares de milhões de dólares. È uma consequência directa, mesmo se não desejada, das políticas restritivas”. Um exemplo prático destas políticas chega desde o Canadá: ao declarar os EUA como “país seguro”, o Canadá supõe que nenhuma pessoa pode solicitar refúgio desde os EUA. Na prática, esta decisão fecha as portas a milhares de latino-americanos que cruzam os EUA para chegar ao Canadá e acolher-se na legislação de Ottawa, mais clemente dos que a de Washington. A extensão desta prática a todo o mundo suporia que os refugiados nunca poderiam sair dos países vizinhos do seu lugar de origem.

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