Balasar comemorou 101º aniversário da Beata Alexandrina

Com uma missa solene celebrada às 20h30 e exposição do Santíssimo Sacramento ao longo de todo o dia, a paróquia de Balasar, Póvoa de Varzim, assinalou ontem o 101.º aniversário do nascimento da Beata Alexandrina Maria da Costa. As celebrações aconteceram em comunhão espiritual com um grupo de irlandeses – a “Alexandrina Society” -, que esteve 24 horas ininterruptas em oração. Esta associação já anunciou uma visita a Portugal, entre os dias 11 e 18 de Agosto. Um ano depois da concelebração eucarística comemorativa do primeiro centenário do nascimento de Alexandrina Maria da Costa, que foi presidida pelo Núncio Apostólico em Lisboa, a igreja paroquial de Balasar, onde Alexandrina está sepultada, voltou a ser pequena para acolher hoje tantos devotos da mulher que passou acamada os últimos treze anos da sua vida alimentando-se apenas com a hóstia consagrada que lhe era levada por um sacerdote. A afluência de pessoas à sepultura de Alexandrina nota-se mais às quintas-feiras e domingos, em parte graças à dinamização da paróquia. Aos domingos à tarde, desde Outubro de 2004, há uma hora de adoração, «cada vez mais» participada. A partir do próximo domingo, começa às 16h00 – informou o padre José Granja. As missas são celebradas às 07h00, 09h00, 10h30 e 12h00. Entretanto, a paróquia de Balasar já está a preparar a celebração do primeiro aniversário da beatificação de Alexandrina Maria da Costa, no dia 25 de Abril. Uma das três missas previstas será presidida por D. Antonino Dias, Bispo Auxiliar de Braga. Diário do Minho Biografia Alexandrina Maria da Costa nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, no dia 30 de Março de 1904, e foi baptizada no dia 2 de Abril, Sábado Santo. A sua infância foi muito viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou abalada para sempre. Aos 14 anos aconteceu um facto que seria decisivo para a sua vida e que foi recordado pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, na cerimónia de promulgação do decreto que reconhece um milagre à sua intercessão: Alexandrina de Balasar ficou paralítica na sequência de uma queda aos 14 anos, ao saltar de uma janela para fugir a um homem que a pretendia molestar. Até aos 19 anos pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14 de abril de 1925 quando Alexandrina ficou definitivamente de cama. Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois compreendeu que a sua vocação era o sofrimento. O Cardeal Saraiva Martins considerou sobre este tempo que Alexandrina “desenvolveu, da sua cama, um precioso apostolado de oração e aconselhamento a favor dos numerosos visitantes, atraídos pela sua virtude e carisma extraordinários, que exerceu na obediência às autoridades eclesiásticas”. Depois de 27 de Março de 1942, Alexandrina deixou de se alimentar, vivendo exclusivamente da Eucaristia. Em 1943, por quarenta dias e quarenta noites, foram rigorosamente controlados por médicos o jejum absoluto e a anúria, no hospital da Foz do Douro, no Porto. Em 1950, Alexandrina festejou o 25º ano de sua imobilidade. E em 7 de Janeiro de 1955 foi-lhe preanunciado que aquele seria o ano da sua morte: no dia 13 de Outubro, aniversário da última aparição de N. Sra. de Fátima, ouviram-na exclamar: “Sou feliz porque vou para o céu”. Às 19h30 expirou. Foi proclamada Venerável por decreto da Congregação para as Causas dos Santos em 1995. No dia 26 de Abril de 2004, cerca de mil portugueses testemunharam, na Praça de São Pedro, o momento em que João Paulo II proclamou Beata a venerável Alexandrina Maria da Costa, conhecida popularmente como a Alexandrina de Balasar. O Papa apresentou a portuguesa como um modelo para as horas de maior sofrimento. “Pela esteira da Beata Alexandrina, expressa na trilogia ‘sofrer, amar, reparar’, os cristãos podem encontrar estímulo e motivação para nobilitar tudo o que a vida tenha de doloroso e triste com a prova maior de amor: sacrificar a vida por quem se ama”, recordou João Paulo II.

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