D. António Moiteiro recordou ainda aos sacerdotes «alguns desafios» que indicou durante a visita pastoral a todas as paróquias
Aveiro, 28 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro refletiu na Missa Crismal, com os sacerdotes, sobre a “caminhada em Igreja” que estão a fazer na diocese, o jubileu da Sé, e lembrou que “a messe é grande e os trabalhadores são poucos”.
“A celebração desta Missa Crismal acontece em pleno Ano Jubilar, efeméride que toda a Diocese foi convidada a viver como um momento de graça. Na Carta Pastoral que anunciava e preparava este jubileu, foram traçados alguns caminhos sobre os quais devemos fazer um profundo exame de consciência”, contextualizou D. António Moiteiro, na manhã desta quinta-feira, dia 28 de março, na Sé.
Neste contexto, na homilia, publicada online, o bispo de Aveiro destacou três pontos e começou por assinalar que vivem num tempo em que se torna necessário que os cristãos, “iluminados e guiados pela fé, conheçam a Igreja em toda a sua beleza e santidade, mas também nas suas misérias e pecados, para a sentir e a amar”, acrescentando, em segundo, que “as transformações das sociedades e das culturas” atuais fazem com que “a Igreja se sinta chamada a reviver com um novo empenho tudo quanto o Mestre fez com os seus apóstolos”.
“Propõe-se um período de mais intensa reflexão e oração em torno da Eucaristia, e também de renovação das nossas comunidades cristãs, de modo que não se fechem em si mesmas, mas ganhem uma cada vez maior consciência evangelizadora”, explicou, no terceiro ponto.
D. António Moiteiro, sobre a “caminhada em Igreja” da Diocese de Aveiro, recordou que terminou a Visita Pastoral a “todos os arciprestados e paróquias”, em dezembro de 2023, e, no âmbito do Jubileu da Catedral, sete dos nove arciprestados (conjunto de paróquias) já peregrinaram à Sé, a quem indicou “caminhos de renovação e comunhão”.
“Não podemos baixar os braços, porque a messe é grande e os trabalhadores são poucos”, acrescentou.
Ainda neste âmbito, o bispo de Aveiro, recordou “alguns dos desafios” que foi indicando durante a visita pastoral, como “ser testemunhas de Cristo ressuscitado”, e lembrou, a partir da consulta sinodal realizada na diocese, que “há uma ideia sempre presente”: “não ter medo de arriscar quando se trata de fazer opções pastorais”; a corresponsabilidade na Igreja; a formação cristã; “uma verdadeira cultura vocacional”.
Na celebração que reuniu os padres ao seu bispo, na Sé, onde renovam as promessas sacerdotais, D. António Moiteiro assinalou que “sem o ministério ordenado não há Igreja”, agradeceu o “dom do sacerdócio” de quem celebrou os 25, 50, 60 e 70 anos de ordenação, os 25 anos de cinco diáconos permanentes, e recordou os cinco presbíteros que faleceram desde a Missa Crismal 2023.
Na Missa Crismal são benzidos os óleos dos Catecúmenos, usado nas cerimónias de batismos de crianças e de adultos, dos enfermos, pelos padres na administração do sacramento da Unção dos Doentes, e do Crisma, usado nas celebrações do sacramento da Confirmação.
Na homilia, intitulada ‘Deus caminha connosco’, o primeiro ponto foi dedicado às leituras bíblicas da celebração, a partir da frase «O Espírito do Senhor está sobre mim»; D. António Moiteiro explicou que os pobres, no mundo antigo, “são um numeroso grupo que inclui os doentes crónicos, os inválidos, os cegos, os entrevados e os leprosos”, “só podiam sobreviver pedindo esmola”, e a atividade e as palavras de Jesus “destinam-se prioritariamente a eles”.
CB