D. António Moiteiro ofereceu aos padres e diáconos um livro do Beato Bartolomeu dos Mártires
Aveiro, 29 mar 2018 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro afirmou hoje que “o discernimento” é o caminho para o cristão “encontrar o que agrada a Deus” e que depende da pessoa e da abertura “da sua consciência ao Espírito”, na Sé.
“Discernir não é defender a própria maneira de pensar, a própria iniciativa e a própria independência, mas renunciar ao saber que procede do mundo, para encontrar o saber que procede de Deus”, disse D. António Moiteiro na Missa Crismal.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Aveiro explicou que é “necessário abrir o coração às sugestões interiores do Espírito”, que convida a ler em profundidade os desígnios da Providência.
“O discernimento é essencial para a maturidade e o crescimento espiritual”, observou.
Neste contexto, alertou que quando a Igreja “não responde satisfatoriamente aos anseios espirituais e existenciais do mundo” na sua realidade histórica concreta, o mundo cria respostas e caminhos que procuram satisfazer as necessidades e angústias existenciais.
Na Missa Crismal de Quinta-Feira Santa os sacerdotes reveem a sua “identidade, as dificuldades e possibilidades”.
O bispo de Aveiro realçou que a vida do padre está sujeita “a muitas contradições na sociedade” atual mesmo nas comunidades cristãs onde exercem o ministério.
“Somos vistos como pessoas solitárias, muitas vezes alheados das preocupações do mundo de hoje, ou então construímos um estilo de vida bastante individual e pouco comunitário. Sentimos também, no interior de nós mesmos, que há um divórcio entre a vida e a fé, que o anúncio do Evangelho, enquanto Boa Nova de salvação, não é entendido por muitos que vivem à nossa volta”, desenvolveu.
D. António Moiteiro refletiu e destacou com os sacerdotes “algumas dimensões”, como a humana e a da espiritualidade, que podem ajudar na vida de “pastores ao serviço do povo de Deus”.
No final da celebração, num “gesto de memória agradecida”, foi oferecido a cada presbítero o livro ‘Estímulo de Pastores’, que “continua a ser fonte de inspiração para todos” que são chamados a identificar-se com Cristo.
Sobre o autor da obra, Beato Bartolomeu dos Mártires – frade dominicano, bispo português – disse esperar que “brevemente a Igreja possa canonizar”.
CB