Aveiro: Alunos de Educação Moral e Religiosa Católica apoiam idosos da região

Iniciativa «Projetos Humanos» é promovida por alunos de EMRC, em Vagos

Aveiro, 14 jan 2015 (Ecclesia) – Os alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do Agrupamento de Escolas de Vagos, em Aveiro, estão a participar em atividades de animação e acompanhamento a idosos da região.

Em causa está a iniciativa “Projetos Humanos”, promovida pela turma do 12.º A no âmbito da disciplina, e que nesta fase está a envolver visitas ao Lar de Santo António de Vagos.

Segundo o professor Sérgio Martins, responsável por estes estudantes, tudo partiu da vontade dos jovens em “estarem mais ao dispor dos outros” para assim colocarem em prática o que aprendem na sala de aula.

“É sobretudo um projeto muito voltado para as pessoas, às vezes fazemos tudo menos aquilo que é essencial, que é olharmos para as pessoas, estarmos com elas, escutar o que têm para dizer”, frisa o docente.

Depois de entrar em contacto com o Lar de Santo António, “que amavelmente abriu as suas portas”, a turma de EMRC foi pela primeira vez à instituição em outubro último.

Numa primeira fase, os alunos falaram mais com as técnicas responsáveis pela instituição, e com a psicóloga, para perceberem a melhor forma de ir ao encontro das carências e necessidades dos idosos.

“O que eles pretendiam era ir fazer animação, conversar com os idosos, levar uns bolinhos e tomar um chá com eles, levá-los a passear. Mas rapidamente perceberam que algumas coisas não poderiam fazer devido às limitações próprias de cada utente, que tornavam complicada a interação”, realça Sérgio Martins.  

No entanto, os alunos “não desistiram” e depois de alguns ajustes perceberam que a melhor forma de começar seria pela “animação” dos mais velhos, sobretudo através da música.

E desde essa altura, do último trimestre de 2014, as visitas ao lar têm sido regulares, com destaque para a época natalícia, em que os jovens foram ao lar “cantar os Reis”.

Para o professor de EMRC, esta experiência tem permitido aos seus alunos crescerem como pessoas e na sensibilidade para com aqueles que, por diversos motivos, estão mais marginalizados ou esquecidos pela sociedade.

“Não é fácil estar com os idosos, pelas limitações que já referi, mas é muito gratificante e temos partilhado isso depois nas aulas. Há pessoas que não falam, outras dizem algumas palavras mas passados cinco minutos já nem se lembram do nome delas, mas essa perspetiva humana, de estar ao serviço, de encontro de gerações, é que tem sido valorizada”, complementa.

João Fernandes, Inês Conceição, Hugo Fernandes e Bruno Mota são alguns dos jovens, com idades entre os 16 e 18 anos, que estão a participar nesta iniciativa.   

À Agência ECCLESIA estes alunos destacam a possibilidade de, através das visitas ao lar, poderem “ajudar outras pessoas que precisam de mais atenção” e contactarem com um lado da sociedade que muitas vezes “desconhecem completamente”, porque estão mais focados em “outras coisas”, como “a escola, as tecnologias, os namoros”.

Estarem com os idosos, “dando-lhes o melhor de si próprios”, e percebendo inclusivamente “que a vida pode acabar a qualquer momento”.

“Muitas vezes estas pessoas caem no esquecimento, até no meio das próprias famílias, e quisemos dizer-lhes que não estão sozinhas e que há pessoas que continuam a ajudar-se umas às outras”, aponta Hugo Fernandes.

Brevemente, este grupo de alunos de EMRC do Agrupamento de Vagos vai colocar em prática outros “projetos humanos”, envolvendo o contacto com as crianças do jardim-de-infância e também meninos e meninas portadores de deficiência.

JCP  

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