Aumento assustador das desigualdades sociais

Conclusões do Encontro Nacional das Caritas Paroquiais De onze dioceses, tiveram reunidos, em Fátima, 130 representantes de várias Cáritas Paroquiais e outros grupos afins. Sob a orientação de Dom João Alves, bispo emérito de Coimbra, e de Nuno Gonçalves, director do Gabinete dos Direitos de Autor, reflectiram, respectivamente, sobre “A Eucaristia, fonte de caridade” e “A Cáritas e a partilha cristã de bens”. Os presentes concluíram que: – Tanto na formulação de princípios doutrinais como no paciente e nobre atendimento personalizado a quem se dirige à Caritas na paróquia, a Eucaristia é ponto de partida, é mandato para a missão e fim último de qualquer acção pastoral. Ela é centro da vida de Cristo, da Igreja, das comunidades e de todos os baptizados. – A Eucaristia dá sentido único ao exercício da caridade: ela é expressão da doação total que o mistério da vida, morte e ressurreição de Cristo significa; à Sua imagem, a Eucaristia é expressão da comunhão nesse projecto cristão, que motiva a decisão de ir ao encontro de quem precisa. – No Ano da Eucaristia, a Caritas e todas as instâncias de exercício da acção social crescerão na medida em que participarem da doação total de Cristo. Essa participação imprime um carácter específico à acção social da Igreja: * não se trata de qualquer acção social, antes da manifestação do Amor de Deus por todos os homens; * não se trata de uma acção isolada, antes da expressão pastoral de uma comunidade (a dimensão profética, a par da dimensão catequética e litúrgica) *não se trata de voluntarismo, antes de envio em nome de uma comunidade, que testemunha ao mundo valores do Evangelho. – A participação na Eucaristia e a acção social cristã cumprem mandatos do Mestre há dois mil anos: Ele, que pediu “fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19), disse também “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeste” (Mt 25, 40). – As acções humanas tendem a ser tomadas, dando primazia aos critérios económicos, donde resulta um aumento assustador das desigualdades sociais. – Cada vez mais, se exige uma maior eficácia e transparência nos actos sociais. É imperativo, por isso, conhecerem quem somos, o que fazemos e como fazemos. – Para além dos actos sociais imediatos, como a distribuição de bens materiais, tem de se preparar e pôr em prática o serviço do “não material” e do conhecimento. – A Doutrina Social da Igreja é ainda pouco conhecida e pouco actuada, pelo que se impõe continuar os esforços para a sua divulgação. – É urgente desenvolver uma cultura de verdadeira comunicação, aproveitando os benefícios das novas tecnologias. – É imperioso que a sociedade se organize com princípios de cooperação e de partilha. – Deve-se providenciar para que sejam canalizadas, no sentido de uma maior intervenção social, as energias e capacidades dos mais jovens. Fátima, 27 de Novembro de 2004

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