Aumentam as experiências de missão e as entidades promotoras de voluntariado

A Fundação Evangelização e Culturas é a grande plataforma e o elo de ligação entre as instituições que promovem o voluntariado missionário para quem sente vontade de fazer esta experiência. Uma Fundação atenta às necessidades da Igreja Católica nos países de língua oficial portuguesa, que pretende articular a generosidade e as competências dos jovens com as necessidades e as populações locais. Os contactos que chegam à FEC manifestam a vontade de partir em missão. Ana Patrícia Fonseca, da Fundação Evangelização e Culturas, explica ao programa ECCLESIA que a resposta dada visa primeiro “enquadrar a pessoa dentro do voluntariado missionário e indicar as várias entidades que fazem voluntariado missionário”, pois com diferentes propostas as pessoas deve poder escolher a entidade que melhor se enquadra no seu perfil. Após o contacto entre o candidato e a entidade, o processo é feito dentro das entidades. “Se a entidade posteriormente encaminhar para a formação que a FEC desenvolve, integra então o processo formativo”, explica. Todo o trabalho é feito em articulação com congregações e institutos religiosos. A formação é essencial e tem por objectivo preparar os candidatos para uma realidade que desconhecem. A FEC tem uma “proposta de formação anual para os voluntários que partem, mas com o objectivo de complementar a formação que cada entidade presta ao seu voluntário”. A formação compreende cinco sessões ao longo do ano pastoral. Paralelamente, a FEC trabalha com as entidades, “tentando, no conjunto, fazer o que individualmente, cada entidade, não consegue”, ou seja, estabelecer protocolos com embaixadas, com seguradoras, companhias aéreas. A FEC pretende “dar expressão ao voluntariado missionário, congregando tudo o que se faz a nível nacional”. Em Portugal existem cerca de 50 entidades, entre institutos e congregações religiosas, ONGD e IPSS, associações, dioceses ou paróquias que querem promover o trabalho missionário e a ajuda ao desenvolvimento dos povos. São muitos os leigos que se sentem chamados para trabalhar em projectos de cooperação para o desenvolvimento em países distantes. A partida exprime-se em gestos de entrega, onde as pessoas doam parte da sua vida para responder a este apelo. Os últimos dados sobre os voluntários que partem em missão indicam um aumento, face aos últimos anos. 283 pessoas partem este ano, mais 20 que em 2007 e mais 22 que em 2006. Moçambique continua a ser o país que mais recebe leigos missionários, este ano com 121 voluntários a partir. 72 têm destino Angola, 26 vão para São Tomé, 14 para Timor Leste e a Guiné Bissau acolhe igualmente 14 leigos. Cabo Verde, a Zâmbia, o Burundi e a República Centro Africana são também destino para o voluntariado português. Outro dado lançado pela FEC é a maior adesão de mulheres aos projectos de voluntariado – 195 mulheres contra 70 homens. Se as experiências de curta duração, entre um a quatro meses, são as preferidas entre os voluntários, o relatório da FEC mostra que este ano, 63 pessoas partem em projectos de longa duração, entre um a dois anos. Em cada ano, surgem mais entidades ligadas à Igreja Católica que avançam com projectos de voluntariado leigo em terras de missão. Este é um fenómeno valorizado socialmente, e também no mercado de trabalho.

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