A onda de perseguição que tem atingido os cristãos indianos chegou ao estado de Karnataka, onde jovens extremistas hindus atacaram mais de vinte igrejas durante o Domingo. A população cristã da Índia está muito preocupada com a violência de que tem sido alvo em alguns locais, e estupefacta com a inacção da polícia. Em Mangalore um responsável policial admitiu que sabia de antemão que os jovens extremistas tencionavam atacar locais de culto cristãos, mas nada fizeram para os impedir. Os jovens pertencem ao Sangh Parivar, que reúne uma série de grupos militantes hindus que contestam a presença de cristãos no país, e as alegadas “conversões forçadas” ao cristianismo. Vários jovens, armados com paus e pedras, destruíram igrejas pertencentes a várias confissões cristãs, incluindo um mosteiro católico, e templos protestantes e dos Testemunhas de Jeová. A capela da adoração, do mosteiro das irmãs clarissas na localidade de Milagres, foi totalmente destruída por dentro e a Eucaristia profanada. O responsável da polícia de Mangalore, Sateesh Kumar, admitiu que a polícia estava a par das intenções dos extremistas hindus. Contudo, segundo a agência AsiaNews, nada foi feito para impedir os ataques. Quando, porém, os cristãos se reuniram nos locais atingidos para protestar contra a inacção da polícia esta respondeu com gás lacrimogéneo e bastonadas. Pelo menos uma freira estava entre os que foram espancados pela polícia, quando tentava chegar a uma igreja para assistir à missa dominical. “Se a polícia sabia de tudo e não preveniu os ataques, então não temos qualquer esperança” afirmou o Pe. Henry Sequeira, da diocese de Mangalore. A polícia acabaria por deter cinco jovens, acusados do ataque ao convento. Contudo, um porta-voz da Sangh Parivar negou que o seu grupo tivesse profanado qualquer edifício católico, admitindo contudo que tinha sido levado a cabo um ataque a uma igreja protestante e confirmando que ainda estão planeados mais. As autoridades impuseram um recolher obrigatório para tentar acalmar a situação. Recorde-se que esta onda de violência já foi descrita como a pior de sempre, desde a independência do país. Teve início em finais de Agosto e já causou milhares de desalojados, dezenas de mortos e milhares de edifícios, entre igrejas e casas de cristãos, destruídos.