Assis 2011: Bento XVI e líderes religiosos partiram do Vaticano para encontro pela paz

Papa vai de comboio à cidade que viu nascer São Francisco para assinalar 25.º aniversário do Dia Mundial de Oração

Cidade do Vaticano, 27 out 2011 (Ecclesia) – Bento XVI partiu hoje de comboio, rumo à cidade italiana de Assis, acompanhado por cerca de 300 pessoas para um novo encontro mundial de líderes religiosos “pela justiça e a paz”, à imagem do que fez João Paulo II em 1986.

A jornada de “reflexão, diálogo e oração”, apresentada pelo Vaticano, prevê a presença de 17 delegações das Igrejas cristãs do Oriente – incluindo o Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) -, 13 Igrejas ocidentais – com a presença do primaz anglicano, arcebispo Rowan Willams -, uma representação do Grão Rabinato de Israel (judaísmo) e outros 176 representantes de diversas tradições religiosas.

Do Médio Oriente e dos países árabes chegeam 48 muçulmanos à cidade que viu nascer São Francisco de Assis, na qual se reuniram líderes religiosos em encontros similares convocados por João Paulo II, em 1986, 1993 e 2002.

A Santa Sé destaca ainda a presença de um sobrinho de Mahatma Gandhi, na representação hindu, para além de quatro professores europeus “que se professam como não crentes”, entre os quais o economista Walter Baier, do partido comunista austríaco.

«Peregrinos da verdade, peregrinos da paz» é o tema escolhido para o encontro inter-religioso anunciado logo no primeiro dia de 2011 pelo atual Papa, lembrando o “25.º aniversário do Dia Mundial de Oração pela Paz”.

“Irei como peregrino à cidade de são Francisco, convidando os irmãos cristãos das diferentes confissões, os representantes das tradições religiosas do mundo e todos os homens de boa vontade a unirem-se neste caminho com o objetivo de recordar aquele gesto histórico desejado pelo meu predecessor”, disse então Bento XVI.

O cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz , destacou a importância de “colaboração entre as religiões”, perante desafios como a “crise económica e financeira” ou a “crise das instituições democráticas e sociais”.

Para este responsável, o encontro de Assis serve para dizer “não” a “qualquer instrumentalização da religião”, em particular como justificação para a violência, e para “superar o laicismo que quer marginalizar da família humana aquele que é o princípio e o fim [Deus]”.

A chegada a Assis esta prevista para as 09h45 (menos uma em Lisboa).

Na cidade italiana, os participantes no encontro reúnem-se na basílica de Santa Maria dos Anjos, para ouvir o Papa e recordar as iniciativas realizadas anteriormente.

Após o almoço, todos os presentes vão dirigir-se em silêncio para a basílica de São Francisco, que acolhe o momento de renovação do “compromisso comum pela paz”.

Os países representados em Assis vão ser mais de 50, entre os quais Egito, Paquistão, Jordânia, Irão, Arábia Saudita e outros que, segundo o Vaticano, “são talvez dos que mais sofrem neste momento histórico por causa dos problemas da liberdade religiosa”.

OC

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