As ameaças da globalização

Alertas na Assembleia da Conferência das Comissões Justiça e Paz europeias A globalização económica e a luta contra o terrorismo estão na origem das mais variadas ameaças aos direitos humanos em todo o mundo, a pior das quais é a guerra. Esta é a principal conclusão da Assembleia da Conferência das Comissões Justiça e Paz europeias, decorrida entre 25 e 26 de Outubro, em Genebra. Os participantes, vindos de 18 países e entre os quais esteve Alfredo Bruto da Costa da CNJP portuguesa, reiteraram a vontade de trabalhar para que “os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável” guiem as decisões económicas e políticas, a nível nacional e internacional. Perante os conflitos latentes no mundo, a Assembleia repetiu que “a guerra não é nunca uma solução”. O encontro contou com a presença do embaixador Suíço Walter Fust, director do Secretariado do desenvolvimento e cooperação da Confederação Helvética. Na sua intervenção Fust destacou que “a cooperação técnica não se pode abstrair da dimensão espiritual e religiosa”. A Assembleia enviou ainda uma carta ao presidente do Perú, Alejandro Toledo, para manifestar o seu apoio ao relatório da comissão peruana “verdade e reconciliação”. O organismo foi criado na sequência do Concílio Vaticano II, reunindo representantes de 27 países europeus com o objectivo de “promover a justiça, a paz e o respeito pelos direitos humanos”. A nível operativo estão presentes no interior da estrutura diversos grupos de trabalho, cujo mandato foi confirmado nesta Assembleia. Na Bósnia-Herzegovina a comissão está a ultimar um relatório sobre os direitos e um novo grupo foi criado para apoiar o processo de paz na região africana dos grandes Lagos. O encontro de Genebra prossegue com a realização de um seminário de estudos sobre “A justiça social num mundo globalizado: os desafios” que colocará em confronto representantes da OMC (Organização Mundial do Comércio), multinacionais e organizações católicas.

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