Arte Lusófona

O Luso Fonias festeja o seu primeiro aniversário com uma emissão dedicada à Arte Lusófona e o seu contributo para a união dos povos. A palavra arte deriva do latim ars, que significa técnica ou habilidade. É uma actividade associada a manifestações de ordem estética por parte do ser humano. No entanto, a definição de arte é fruto de um processo sócio-cultural e depende do momento histórico em questão, variando bastante ao longo do tempo. A lusofonia é rica nas suas diversas manifestações artísticas. Desde os ritmos e batuques, às cores quentes das telas, passando pelo artesanato popular… é uma variedade imensa. Sendo assim, qual o contributo da arte lusófona para a união dos povos? É este o tema do Luso Fonias de 2 de Setembro. Em estúdio esteve Gaby Fernandes, vocalista da banda angolana Irmãos Verdades, e Issa Hipólito Djata, artista plástico que com os seus irmãos criou o grupo guineense Irmãos Unidos. Apoiar a arte A expressão artística é uma das imagens de marca de um povo. No espaço lusófono, cada país, cada região tem formas artísticas próprias que ajudam a dar identidade. Ligada à cultura, a arte tem de ser apoiada. A criatividade artística é decisiva para o crescimento intelectual e espiritual das pessoas e dos povos. Considerada ‘produto de luxo’, quando há crise, a arte é das primeiras áreas a sofrer cortes orçamentais. As consequências são, regra geral, desastrosas para a cultura e civilização dos povos. Os tempos que correm são muito marcados pelo consumismo e materialismo, ideologias que colocam a arte na prateleira das coisas supérfluas porque não dão lucro imediato. A única arte apoiada é a que se vende bem e dá dinheiro. O resto não tem merecido grande incentivo por parte dos governos. O mecenato também pode jogar aqui uma cartada decisiva. As empresas deveriam investir mais no apoio à cultura e à arte, apoiando iniciativas nestes âmbitos. Os governos deviam publicar leis que incentivassem este apoio. Tudo em nome da cultura. Para os países como Angola e Moçambique que a guerra obrigou a gastar balúrdios de dinheiro, os novos tempos que se vivem são de apostas fortes na educação, na saúde, nas comunicações… mas é bom que não considerem a arte como um parente pobre. Países como Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe ou Timor-Leste, cujos orçamentos de Estado nunca conseguem cobrir o essencial, devem manter de pé a preocupação de apoio às artes e incentivo à produção artística e cultural. Portugal e Brasil, marcados pela força do capitalismo, também devem preocupar-se com a vertente criativa e espiritual da vida dos seus povos. Pe. Tony Neves (http://lusofoniasonline.blogspot.com/)

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