Arquidiocese de Braga altera Conselho Pastoral

«Menos gente, maior eficácia ». Foi desta forma que o Arcebispo Primaz sintetizou as alterações levadas a cabo na composição no Conselho Arquidiocesano de Pastoral, que é constituído agora pelos representantes dos departamentos e secretariados, que passam a reunir três vezes por ano. Na primeira reunião do novo Conselho, que se realizou sábado, no Centro Cultural e Pastoral, o prelado bracarense avisou que esta reestruturação não é uma mera «agitação motivada por ventos da moda», que «pode significar inconsistência doutrinal que ocupa mas não edifica». Apelando a uma renovação permanente, o responsável eclesiástico lembrou que «os ventos são novos e não podemos permanecer insensíveis », pois «o trabalho eclesial de índole monocórdica já está ultrapassado ». «Partir dos departamentos deve ser sinónimo duma vontade que parte do centro para chegar aos lugares mais recônditos de toda a diocese», disse aos conselheiros D. Jorge Ortiga, que sustentou que «a pastoral não pode ser estereotipada, feita de soluções já encontradas e repetidas. Precisamos de discernir as respostas aos problemas reais». À margem da reunião de ontem, o Arcebispo Primaz disse ao Diário do Minho que a reestruturação acontece «após uma séria reflexão sobre o funcionamento do Conselho anterior». «Com a centralização física dos serviços, departamentos e secretariados [Centro Cultural e Pastoral] já se ia sentindo a necessidade de conferir ao Conselho uma maior operacionalidade. Consegue-se, assim, a representatividade de todos os sectores da Arquidiocese, quer em termos territoriais, quer numa vertente sectorial», referiu D. Jorge Ortiga, garantindo que, dessa forma, «são os departamentos e secretariados a terem que assumir um determinado programa e a conduzirem-no aos diferentes arciprestados e paróquias». «A composição do Conselho, com as indicações dadas pelos arciprestes, indica também uma riqueza e disponibilidade individuais muito grandes», concluiu. O secretário do Conselho Arquidiocesano de Pastoral referiu ao DM que, «apesar deste não estar para já constituído de acordo com os estatutos, que serão posteriormente reformulados», «considerou-se, antes desta decisão, que seria necessário ter menos gente para que pudesse funcionar convenientemente ». De acordo com o padre António Sérgio Torres, na reunião de ontem estabeleceu- se o tempo do mandato do Conselho, que passa a ser de três anos, e a periodicidade das reuniões, que se realizam três vezes ao ano. «No fundo, pretende-se restabelecer o dinamismo do Conselho – que não existiu nos anos anteriores –, já que este deve ser o “motor em permanência” da Arquidiocese. Vertente social A reunião do novo Conselho Pastoral também debateu a possibilidade de se dedicar o próximo ano à dimensão social das famílias. O padre António Sérgio Torres disse ao Diário do Minho que «um dos conselheiros sugeriu que se abordasse a dimensão social da vida das famílias, quer em termos de empregabilidade, quer na vertente da sustentabilidade do próprio agregado. Emprego, saúde, habitação e as propostas de crédito, que hoje surgem facilmente e que ajudam a avolumar os problemas já existentes, são, de facto questões prementes ». «Mantendo o plano geral da Arquidiocese, que tem a Família como temática, e a programação de cada um dos secretariados, Braga tentará valorizar, através de medidas concretas, esta dimensão social», acrescentou o responsável. Observatório O Observatório Social, ou Fórum das Instituições, que nasceu a partir do diagnóstico apresentado o ano passado sobre a situação económico-social da Arquidiocese, «está a avançar», garantiu ao DM o Arcebispo Primaz. D. Jorge Ortiga disse que «se têm realizado reuniões com técnicos e responsáveis de diversas instituições arquidiocesanas que visam a concretização do Observatório Social. Mas o mais importante é dar respostas às necessidades que assolam a Família». Apesar disso, o prelado ainda não avançou com qualquer data de apresentação das primeiras conclusões destas reuniões de trabalho. «Não sabemos se iremos apresentar alguma coisa mais concreta até ao final deste ano pastoral. O mais provável é fazê-lo até ao término deste ano civil», disse.

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Agência ECCLESIA

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