O Arcebispo de Nápoles desafiou os jovens da sua diocese a uma “renúncia” quaresmal especial: depor as armas. O Cardeal Crescenzio Sepe alerta para o “exasperado clima de violência” na localidade italiana, considerando que a juventude “se vê submetida a pressões e manipulações que arruínam a sua vida”. Nesse sentido, escreveu uma “Carta aos jovens”,o antigo membro da Cúria Romana aludiu ao clima de violência que se respira, com a sensação de que “o caminho para chegar a afirmar a própria autonomia é o atropelo”. Segundo o Cardeal Sepe, entre alguns jovens difundiu-se uma certa mentalidade de abuso, considerando que o caminho mais fácil para resolver rapidamente os conflitos é a violência. “Queridos jovens, não é esse o caminho”, escreve, pedindo a cada um que deixe “cair os punhais que derramam só sangue, morte e luto”. “Abri as vossas mãos para cumprimentar, fazer amizade, para solidarizar-vos”, prossegue. Os jovens são convidados a deixar as armas nas igrejas, em cestas situadas aos pés de Cristo. Depois de cinco anos à frente da Congregação para a Evangelização dos Povos, no Vaitcano, o Cardeal Sepe iniciou a sua missão como Arcebispo de Nápoles em Julho passado, com o desejo de ser “bispo da esperança”, e beijou o chão de Scampia, bairro degradado e tristemente célebre pelas vinganças de vários clãs da camorra. Tem-se mostrado particularmente atento aos “baby-gang”, bandos de jovens que “não sabem aonde ir, como passar o tempo e que carecem de uma formação familiar adequada”. Redacção/Zenit