Arcebispo de Johanesburgo denuncia «Apartheid»

Uma onda de violência xenófoba na África do Sul provocou até ao momento a morte de mais de 40 pessoas. A onda xenófoba contra os imigrantes africanos começou em Johanesburgo, passou para Durban e estendeu-se à Cidade do Cabo, onde se registraram episódios de intolerância. Muitas pessoas atacaram casas e roubaram lojas de imigrantes, oriundos especialmente da Somália e de Zimbábue. Em Johanesburgo, pelo menos 42 imigrantes perderam a vida em recentes ataques e mais de 17 mil pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas e a procurar refúgio em quartéis, igrejas e repartições públicas. O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, enviou às áreas dos confrontos cerca de 200 militares. Mais de 500 pessoas foram presas nos dias passados. O Arcebispo de Johanesburgo, D. Buti Joseph Tlhagale, fala de “uma nova mentalidade segregacionista”, que está a matar a África do Sul. Numa entrevista à Rádio Vaticano, D. Buti Joseph Tlhagale afirmou o envolvimento de jovens de 14 anos “nestes actos criminosos”. O Arcebispo advertiu que se começa a afirmar nas ruas uma mentalidade ‘étnica’. “As pessoas passarão a discriminar com base na língua e no país de origem”. O Arcebispo teme um novo Apartheid. “Muitas pessoas morreram para fazer da África do Sul um só país, unido, embora com muitas e diversas etnias. Temos de fazer o necessário para que não retroceder na história”. D. Buti Joseph lamentou a condescendência dos sul-africanos com a falta de respeito. “Não se tomam iniciativas para procurar resolver as situações de violências”, denunciou, afirmando ainda que “como país e como cidadãos sul-africanos a vergonha por estes actos deve levar-nos a pedir perdão às pessoas que sofreram com a violência”. Os militares encontram-se destacados desde Quinta-feira nos bairros pobres de Joanesburgo, pela primeira vez desde 1994, e a queda do apartheid, relembrando a época do antigo regime de minoria branca que recorria ao exército para reprimir a revolta dos negros contra a política racista. Os ataques xenófobos, que começaram a 11 de Maio num bairro pobre de Joanesburgo e que se propagaram para outros bairros em sete das nove províncias do país, fizeram pelo menos 42 mortos, centenas de feridos e mais de 17.000 deslocados, segundo fontes oficiais. Os estrangeiros, dos quais três milhões de zimbabueanos, fugiram da crise no país de origem, e são acusados na África do Sul de roubar os empregos aos nacionais e de contribuir para a criminalidade. Com Rádio Vaticano e Lusa

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