D. Jorge Ortiga apresenta mensagem para a Quaresma, destacando capitais europeias da Cultura e da Juventude
Braga, 26 jan 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga desafiou as comunidades da diocese a promoverem uma “cultura do partilhar”, saudando ainda a realização das capitais europeias da Cultura e da Juventude em 2012 neste território.
“Porque não abdicar de uma refeição abastada, uma viagem dispensável, a despesa de um vício, a compra de um acessório… e reverter tal quantia, expressão da nossa liberdade, em prol da caridade?”, sugere D. Jorge Ortiga, em texto hoje divulgado pela página diocesana na Internet.
Na mensagem para a Quaresma, tempo do calendário litúrgico que antecede a Páscoa, na Igreja Católica, este responsável congratula-se com as “duas capitais europeias (Braga, juventude; Guimarães, cultura) que, a nível pastoral, não podem cingir-se apenas à geografia daquelas duas cidades, mas a toda a arquidiocese”.
O arcebispo assinala, a esse respeito, que é preciso promover uma “solicitude pela juventude”, com “propostas capazes de a seduzir para um encontro com Cristo” e uma “aposta da cultura na pastoral”.
“Ao deixar-se enamorar pela Palavra, a Igreja outrora gerou cultura como expressão dum humanismo integral, e hoje deve continuar a ser espaço de apreço e delícia pelo belo e maravilhoso”, escreve.
Segundo o prelado, a promoção e participação em eventos culturais como concertos, teatro, filmes ou debates “comprovam que a dimensão cultural deve estar presente e revelam que a fé também se transmite mediante estas circunstâncias”.
“Queremos caminhar em diálogo com aqueles que teimam em não ‘acreditar no nome do Filho Unigénito de Deus’”, adianta o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Depois de Bento XVI ter apelado ao “silêncio” na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada esta terça-feira, o arcebispo de Braga convida, por sua vez, a um “jejum de palavras”.
A mensagem aponta um “itinerário”, que vai de quarta-feira de Cinzas ao domingo de Ramos, durante seis semanas, no qual se pede aos membros das comunidades católicas que renunciem à “exibição”, ao “medo”, ao “lucro”, à “idolatria”, à “vergonha” e ao ruído”, para “retomar a comunhão” e “anunciar a alegria”.
D. Jorge Ortiga sublinha as práticas de “oração, jejum e partilha” associadas à Quaresma, considerando que o jejum, em particular, deve ser “critério” de “revisão de vida pessoal e comunitária”.
A renúncia quaresmal, em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para um objetivo especificado pelo bispo, é este ano destinada, “a título excecional”, a duas finalidades de índole diocesana em Braga [habitualmente, parte do contributo segue para outros países]: o “Fundo Partilhar com Esperança”, que apoia famílias necessitadas, e a recuperação da igreja paroquial de Anissó, Vieira do Minho, destruída por um incêndio quando estava a acabar de ser restaurada [em julho de 2011].
A Quaresma, que este ano começa a 22 de fevereiro (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias – excetuando os domingos – que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.
OC