Aproveitar a qualificação dos imigrantes

“Imigração do Leste – Uma nova realidade: oportunidade e desafios” foi o tema de um seminário, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), em Lisboa, dia 14 de Outubro, porque este organismo “está interessado nesta questão e criou, no ano passado, um projecto de reconhecimento dos títulos dos médicos imigrantes” – referiu à Agência ECCLESIA o Pe. Rui Pedro, director da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM). Dos cerca de 120 médicos imigrantes que foram prestar provas, “tivemos um aproveitamento de metade”. As razões deste insucesso – realçou Rosário Farmhouse – reside “nalgum espírito corporativo dos médicos portugueses”. No sentido de perceber que esta imigração tem uma característica de “alta qualificação, numa área onde Portugal tem necessidade como é a Medicina”, surgiu “este projecto que apoia estes elementos desde a tradução dos documentos até ao processo final” – referiu o Pe. Rui Pedro. Profissões qualificadas que requerem apreciação porque – adianta o director da OCPM – “antes da queda do murro de Berlim a Geórgia tinha duas Faculdades de Medicina e actualmente tem mais de trinta”. No colóquio foram também apresentados dois estudos. Lucinda Fonseca, do Centro de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e uma das intervenientes, referiu que, ao contrário das imigrações africana e brasileira, “a imigração de Leste no Alentejo, na zona de Évora, quer fixar-se e trazer a família”. Pessoas que vieram do ambiente agrícola e encontram naquela região “as condições propícias para se estabelecer”. E avança: “mais de 80% destes dizem que querem ficar”. No cômputo geral, o Pe. Rui Pedro sublinha que Portugal recebe “muitos imigrantes qualificados”. Primeiro foram os brasileiros, nos anos 80, com “a chegada de dentistas e publicitários”. Hoje, a imigração de Leste, “também tem muita gente com alta qualificação”. Apesar de – lamenta o Director da OCPM – “Portugal colocar muita desta gente nas obras”.

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