Aprofundar o sentido da fé

4200 pessoas reúnem-se quinzenalmente A sociedade portuguesa está a sofrer uma profunda transformação cultural, com reflexos a vários níveis, incluindo o nível religioso, onde se faz sentir uma gradual e sistemática diminuição da prática cristã dos baptizados, como se pode concluir dos resultados dos três recenseamentos da prática dominical, realizados no nosso país, e de outros estudos de sociologia religiosa. O decréscimo é mais notório nas zonas do norte e do centro, com maior índice de prática cristã, em contraste com as zonas do sul, menos praticantes, e onde se vem afirmando a consolidação e até algum aumento do número de praticantes. Os efeitos da descristianização da vida reflectem-se particularmente nas novas gerações que já não encontram no seio da família o tradicional incentivo à prática cristã nem o conveniente esclarecimento da fé, em muitos casos, por falta de formação catequética dos próprios pais. Esta situação tem sido e continua a ser motivo de reflexão para os responsáveis pela evangelização, que tentam encontrar novas metodologias pastorais para contrariar a tendência acima referida. A grande aposta do momento presente parece ser a formação cristã dos adultos. Pois sem adultos bem formados e convictos não é possível preparar as novas gerações para os desafios de uma sociedade democrática e plural, onde as convicções individuais são permanentemente confrontadas com um sem número de opiniões e de propostas, às quais só os espíritos esclarecidos saberão dar a resposta conveniente, em cada caso. A nível religioso, quem não ultrapassou os limites da catequese infantil, não está preparado para enfrentar as questões que diariamente se levantam à fé. Tal como um corpo de criança não pode suportar os trabalhos dos adultos nem a instrução do primeiro ciclo prepara para o ensino superior, também a catequese da infância não é suficiente para fundamentar a vida cristã de um adulto. A Diocese de Portalegre-Castelo Branco, partindo do que fica enunciado, definiu um Plano de Pastoral, para quatro anos, baseado no símbolo da fé e orientado particularmente para a formação cristã dos adultos. Recorrendo à metodologia dos Grupos Paroquiais, disseminados um pouco por todas as paróquias, pretende ajudar os cristãos a descobrir as razões da sua esperança (1 Ped 3,15), recorrendo ao estudo, à reflexão, à partilha e à oração. Trata-se de uma metodologia muito bem aceite pelos participantes porque, além da formação cristã, também implementa os laços de vizinhança, a cooperação solidária e a comunhão eclesial. A boa aceitação justifica o aumento de vinte por cento que se verificou este ano em relação ao ano passado. Assim, este ano são 400 os grupos, espalhados por 82% das paróquias, e congregam quinzenalmente cerca de 4200 pessoas, que se reúnem em casas de família ou noutros locais apropriados, seguindo o guião previamente preparado para o efeito, o qual prevê, para a última reunião, um convívio fraterno de todos os grupos da mesma paróquia.

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Agência ECCLESIA

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