Bento XVI pede mais atenção para quem vive no «duro sector» do trabalho marítimo Bento XVI convidou a Igreja a estar ao lado dos homens e mulheres que vivem no “duro sector” do trabalho marítimo. A exortação foi feita na mensagem enviada ao XXII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, que decorre em Gdynia (Polónia), de 24 a 29 de Junho. “Em solidariedade com a Gente do Mar, como testemunhas de esperança, através da proclamação da Palavra, da Liturgia e da Diakonia” é o lema da iniciativa, que procura envolver as instituições eclesiais na defesa da dignidade dos marinheiros e pescadores. A mensagem papal convida os participantes a aprofundarem “os desejos e expectativas espirituais e humanas das pessoas comprometidas que vivem de perto a vida do mar”. O Arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, disse no início dos trabalhos que o Apostolado do Mar é, acima de tudo, “presença e serviço”. “Somos chamados, muitas vezes, a estar ao lado dos marinheiros, em defesa dos seus direitos, e ao fazermos isso, estamos a exercer a missão profética da Igreja”, apontou. O Cardeal Renato Martino, presidente do mesmo Conselho Pontifício, manifestou a sua gratidão pela “importante rede de centros e capelanias” do Apostolado do Mar, em todo o mundo. Apostolado do Mar A Obra do Apostolado do Mar (OAP), embora não constitua uma entidade canónica autónoma com própria personalidade jurídica, é a organização que promove o cuidado pastoral da gente do mar e visa sustentar o empenho dos fiéis, chamados a dar testemunho neste ambiente com a sua vida cristã. O Apostolado do Mar é a expressão organizada desta preocupação da Igreja. Fundado em 1922, depende do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e está presente em 116 nações. Tem como objectivo apoiar e promover a dignidade da gente do mar, mediante acções de cariz espiritual, moral e social. A OAP é a expressão da Igreja Católica junto dos homens do mar, sobretudo junto dos que navegam no Longo Curso. Começou ligada aos marinheiros que navegavam durante meses, sem poderem contactar com as suas famílias e com as suas comunidades, por volta dos anos 40 do século passado, principalmente para destruir a solidão dos que vivem tanto tempo dentro dos mesmos barcos. O seu trabalho não se restringe aos católicos, trabalhando com pessoas de várias confissões religiosas, sobretudo na Ásia. Está dividido em 9 regiões (África Atlântica, África-Oceano Índico, Sudeste Asiático, Europa, Estados do Golfo, América Latina, América do Norte, Oceania e Ásia Meridional), cujos coordenadores reúnem periodicamente. Para que o cuidado pastoral da gente do mar se torne mais eficaz e melhor organizado, compete ao Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes favorecer e desenvolver a cooperação e a recíproca coordenação das iniciativas com as Conferências Episcopais e com os Ordinários do lugar.