Ano do Voluntariado foi de «conquistas»

Lisboa, 06 dez 2011 (Ecclesia) – O Ano Europeu do Voluntariado 2011 (AEV) foi um tempo de “conquistas”, disse à ECCLESIA a presidente nacional desta iniciativa, Fernanda Freitas.

Num primeiro balanço destes meses, a responsável destaca, em particular, a criação do Plano Nacional de Voluntariado, anunciada pelo Governo este domingo, e outro conjunto de decisões: “Conseguimos que a idade oficial do voluntariado baixasse de 18 para 16 anos; conseguimos o enquadramento legal do voluntariado empresarial; conseguimos o reconhecimento, a nível curricular, das atividades de voluntariado”.

“Vamos ter consequências legais que vão tornar o voluntariado mais fácil para quem o quiser fazer”, adianta.

Para Fernanda Freitas, o AEV ajudou a valorizar esta missão, porque “os voluntários têm de saber muito bem qual é o seu lugar, que muitas vezes é ‘apenas’ dar uma voz amiga e estar do outro lado do telefone a perguntar se está tudo bem”.

Deixando a revelação de números oficiais sobre o voluntariado para dentro de “dois ou três meses”, a presidente nacional deixa a “perceção de que as pessoas se sentem reconhecidas enquanto voluntárias” e manifestam “mais orgulho” nessa condição.

Comentando a um estudo recente que colocava Portugal na cauda da Europa no que se refere à percentagem da população que é voluntária, a responsável sublinha que os critérios de avaliação são desiguais.

“Não há um índice que meça o voluntariado da mesma forma em todos os países. Por exemplo, segundo essa contagem, Itália não tem voluntários, quando na realidade tem imensos”, alerta.

Fernanda Freitas acredita que Portugal tem mais voluntários do que os indicados nas estatísticas, como se comprova pelo facto de, segundo a responsável, um por cento do produto interno bruto (PIB) se dever a trabalho resultante do voluntariado.

Além do lucro “financeiro”, a jornalista fala em “lucro social” e em “lucro emocional” das pessoas que fazem voluntariado e dos seus beneficiários

“Se pudermos medir o ‘PIF’, que é o produto interno de felicidade, acho que estamos carregados de sorrisos para dar e vender”, assinala.

O encerramento oficial do AEV 2011 decorreu segunda-feira no Centro de Congressos de Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares.

Na sua intervenção, este responsável apresentou os “três eixos” do Plano Nacional do Voluntariado, começando pela intenção de “rever a lei do voluntariado”, a fim de remover qualquer legislação “inibidora”.

O Governo, acrescentou, quer “criar um complemento ao diploma do Ensino Secundário, “para que as ações dos voluntários mais jovens” sejam contabilizadas e reconhecidas, também no mercado de trabalho.

Outro eixo será a “sensibilização para a importância do voluntariado”, em toda a sociedade, também “no plural, no coletivo”, envolvendo associações e empresas.

Em conclusão, o ministro falou da estratégia de “integração”, que permita a participação no voluntariado, o que passa, entre outras medidas, pela criação de um “banco de horas”.

“Aqueles que o queiram, podem participar em ações de voluntariado, dispondo para isso de um número de horas anuais, disponibilizadas pela entidade empregadora”, anunciou Pedro Mota Soares, sem que haja “perda de retribuição” ou reflexos na “assiduidade”.

Para o ministro da Solidariedade, “o Estado deveria, ele próprio, dar o exemplo”.

PTE/RJM/OC

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Agência ECCLESIA

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