Ano da Fé com música de «grande genialidade»

Bach é o próximo convidado do ciclo «Escutar o Absoluto no Ano da Fé», da Renascença

Lisboa, 11 jan 2013 (Ecclesia) – O auditório da Renascença em Lisboa recebe hoje a segunda sessão do ciclo ‘Escutar o Absoluto no Ano da Fé’, com um encontro dedicado ao compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750).

A primeira audição, em novembro, foi dedicada à “alegria da fé”, enquadrando as obras no tempo do Natal, que se aproximava, explicou a jornalista Aura Miguel, da emissora católica, ao programa ECCLESIA na Antena 1.

A sessão de hoje “tem a ver com a consistência da fé”: “Bach é, quanto a nós, o maior exemplo de multiplicidade. Podíamos fazer todas as sessões dedicadas a ele e ainda sobrava”, refere a autora da iniciativa, que conta com a colaboração do padre Raffaele Cossa.

A experiência proporcionada pela audição de “excertos de grande genialidade” também é visual: “Depois do enquadramento de um compositor e de uma obra, em vez de estarmos a ouvir olhando para as paredes, é muito mais fascinante olharmos para o ecrã e ver a música a ser executada”, salientou.

“Muitos dos compositores não têm fé mas há sempre parte da música que nos inquieta e vem desenterrar algumas perguntas”, apontou Aura Miguel, que também destacou a variedade de estilos dos autores escolhidos.

Enquanto Vivaldi “é luminoso e alegre”, Wagner, que vai ser apresentado num programa designado ‘A inquietação do homem sem fé’, compôs música “esmagadora”, que “para muitos é horrorosa e pesada”.

O ser humano, “só por si, é capaz de manifestações sonoras fantásticas, mas provavelmente falta-lhe qualquer coisa”, observou a propósito da ausência de referências a Deus na criação artística.

Na Quaresma, quando os cristãos evocam a morte de Jesus, o encontro é dedicado ao Requiem, numa sessão que não se baseia em autores mas num tema, à semelhança do último encontro, em outubro, sobre a Virgem Maria.

A jornalista com acreditação no Vaticano lembrou que o Papa Bento XVI faz sempre “um breve discurso a propósito das obras interpretadas” em concertos em sua honra.

“O universo da música, tal como o das outras formas de arte, pode-nos ajudar a redimensionar a maneira de olhar, ouvir e relacionar com tudo o que está à nossa volta”, observou Aura Miguel, que na música clássica encontra apoio para “viver a fé”.

Os encontros, que começam sempre às 21h30, prosseguem a 1 de março com ‘O homem e o seu destino (Mozart, Brahms, Berlioz)’, 3 de maio, sobre ‘A inquietação do homem sem fé (Wagner)’ e 4 de outubro, dedicado ao tema ‘A fé como certeza (Nossa Senhora na música)’.

O Ano da Fé, que está a ser assinalado pela Igreja Católica, termina a 24 de novembro.

PRE/RJM

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