Ano C – Solenidade da Epifania do Senhor

Espalhar a Luz que é para todos

A liturgia da Palavra deste domingo da Epifania do Senhor leva-nos à manifestação de Jesus como “a luz” que encarnou na nossa história e que atrai a Si todos os povos da terra.

A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Deus, que alegrará Jerusalém e que atrairá povos de todo o mundo à cidade de Deus.

A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos, a comunidade de Jesus.

No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os Magos, atentos aos sinais da chegada do Messias, que O aceitam como salvação de Deus e O adoram. «Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra», assim reza o Salmo.

A Epifania é feita de trevas e de luz. Herodes, assim como toda a Jerusalém, está nas trevas, inquieto. Convoca os Magos “em segredo”, fecha-se na mentira, fazendo crer que quer adorar o Messias enquanto procura a sua morte. Os Magos estão na luz, vêm do país onde se levanta o sol. Uma estrela ilumina a sua noite. Põem-se a caminho, procuram, questionam. Esta luz para a qual tendem enche-os de alegria. Prostram-se diante d’Aquele que é “a Luz do mundo”.

Os Magos abrem os seus cofres e oferecem ouro Àquele que consideram Rei, incenso Àquele que é Deus e mirra Àquele que encarna na humanidade. Deus faz-Se reconhecer por aqueles que O procuram, enquanto os chefes dos sacerdotes e os escribas, que pensavam tê-l’O encontrado, ficam em Jerusalém, recusando reconhecê-l’O.

A mensagem da Epifania é clara. Deus oferece o seu Filho ao mundo, não limita o seu amor apenas aos crentes do povo judaico, mas ilumina todos os povos da terra. Eis um convite a abrir a nossa inteligência e o nosso coração a todas as pessoas que se julgam longe de Deus: a nossa fé diz-nos que Deus está próximo delas, por vezes muito próximo; a nossa fé diz-nos que é preciso respeitar todas as religiões que não são cristãs. Na nossa vida quotidiana, não cessemos de dar graças: pelo seu Espírito, Deus fala a todas as pessoas, sem exclusão de ninguém.

A nível pessoal, em família ou em comunidade, não nos contentemos com um simples festejo exterior da Epifania à volta do bolo-rei ou do bolo-rainha, ou de outros sinais. Procuremos rezar e abrir o nosso coração ao sentido universal do amor de Deus, da sua salvação, que se manifesta e encarna em todos. Nunca devemos, em nome de Deus, excluir ou fazer aceção de pessoas.

Em Ano Missionário, procuremos anunciar a todos, sem exceção, a luz autêntica que brota do Coração de Deus.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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