Ano A – 33.º Domingo do Tempo Comum

Entrar na alegria do Senhor

Cada cristão tem a grave responsabilidade de ser testemunha consciente, ativa e comprometida do projeto de salvação de Deus. É o que nos recorda a liturgia da Palavra neste 33.º Domingo do Tempo Comum.

O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os bens que Deus lhe confia e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os bens que Deus lhe entrega, desperdiçando, dessa forma, os dons de Deus e privando os irmãos, a comunidade, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito.

Na espera do Senhor, façamos frutificar os dons que Deus nos deu.

É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os pecadores do nosso tempo.

É com as nossas palavras que Jesus continua a consolar os que estão tristes e desanimados.

É com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os migrantes e refugiados que fogem da miséria e da degradação.

É com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os escravizados e oprimidos.

É com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado.

É com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm, particularmente os mais pobres, como recordamos neste Dia Mundial dos Pobres.

Os dois servos da parábola tiveram a ousadia de não se contentar com o que já tinham; não se deixaram dominar pelo comodismo e pela apatia. Lutaram, esforçaram-se, arriscaram, ganharam.

Todos os dias, há cristãos que têm a coragem de arriscar. Não aceitam a injustiça e lutam contra ela; não pactuam com o egoísmo, o orgulho, a prepotência e propõem, em troca, os valores do Evangelho; não aceitam que os grandes e poderosos decidam os destinos do mundo e têm a coragem de lutar objetivamente contra os projetos desumanos que desfeiam esta terra; não aceitam que a Igreja se identifique com a riqueza e com o poder, e esforçam-se por torná-la mais pobre, mais simples, mais humana, mais aberta, mais evangélica, mais missionária e sinodal. Muitas vezes, são perseguidos, condenados, desautorizados, reduzidos ao silêncio, incompreendidos; muitas vezes, no seu excesso de zelo, cometem erros de avaliação, fazem opções erradas. Apesar de tudo, Jesus diz-lhes: “Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu Senhor”.

É o mesmo convite a cada um de nós: entrar na alegria do Senhor, na Eucaristia celebrada e vivida ao longo da semana, em alegre partilha das nossas vidas com os irmãos, particularmente os que mais sofrem e os mais pobres.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

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