Angra: Bispo alerta para sociedade que pretende «evitar o sofrimento eliminando a vida»

D. João Lavrador incentivou à fraternidade, solidariedade, «a viver mais no amor»

Angra do Heroísmo, 02 abr 2021 (Ecclesia) – O bispo de Angra alertou hoje para a sociedade que “pretende evitar o sofrimento eliminando a vida”, na homilia da celebração da Paixão do Senhor de Sexta-feira Santa.

“Numa sociedade que pretende evitar o sofrimento eliminando a vida, abre-se o caminho de Jesus Cristo para nos sentirmos mais irmãos, mais solidários, a viver mais no amor, na generosidade e entreajuda através do sofrimento”, disse D. João Lavrador, na Sé de Angra.

Na homilia da celebração da Paixão, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Angra explica que o caminho que hoje se coloca, “cujo primeiro protagonista é Jesus de Nazaré”, cruza-se com o caminho de cada um e só entrando nele reconhecem “a sua finalidade” e recolhem “o sentido da vida humana, nomeadamente do sofrimento, da ignomínia, do desprezo e da própria morte”.

D. João Lavrador começou a sua reflexão a lembrar que escutaram no início da narração da Paixão do Senhor, Jesus de Nazaré a questionar “a quem procurais?”.

“Esta mesma pergunta é lançada a todos os homens e mulheres do nosso mundo atual mergulhados numa cultura de morte, de desespero, de abandono, de arrogância, de superficialidade, de egoísmos exacerbados, de racionalismos estéreis”, desenvolveu.

“Sim, quem procura o homem de hoje, sedento de verdade, de beleza, de bem e de amor, mas tantas vezes desencaminhado e desorientado pelo domínio das riquezas, do poder, do prazer e pelo seu desejo de ser referência única para a sua vida”, acrescentou.

O bispo de Angra explicou que a pergunta coloca, hoje, “de modo muito singular”, o desafio a reconhecer Jesus de Nazaré “o Salvador único de toda a humanidade, na figura do abandonado, do prisioneiro, do desfigurado, maltratado”.

“Do condenado à morte tão só porque revelou o amor de Deus, o Pai, e convidou a viver as Bem-aventuranças para se poder alcançar uma sociedade de amizade e na qual todos fossem irmãos”, observou, na celebração na Sé de Angra.

A Igreja Católica evoca hoje, Sexta-feira Santa, a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.

CB

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Agência ECCLESIA

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