Bispo de Angra refere que na atualidade “engolida pelas trevas” é “necessário um anúncio tão forte como o foi a Ressurreição”
Angra, 08 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, presidiu à Vigília Pascal e na sua homilia defende que é “necessário um anúncio tão forte como o foi a Ressurreição” e alerta que “a luz que não se apega, apaga-se!”.
“A vela acesa é luz que se pode passar ao irmão, de mão para mão. Há aí uma dinâmica de Igreja que vem de há 2000 anos e não se pode esconder. A luz que não se apega, apaga-se!”, disse na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
D. Armando Esteves Domingues lembra a atualidade “engolida pelas trevas” e por novas guerras.
“Nos nossos dias parece que a história da humanidade foi engolida pelas trevas, afundada na loucura absurda de novas guerras com o risco de armas que ameaçam a própria humanidade, mas também de outras guerras assentes na riqueza desmesurada e indecente de poucos e a pobreza intolerável de muitos; da fartura e esbanjamento de bens numa parte do mundo enquanto outras lutam desesperadamente pela sobrevivência; do mundo injusto em que uns poucos ricos têm direito a tudo e tantos morrem sem terem tido acesso ao que têm direito. São demasiadas trevas, é demasiada a escuridão!”, referiu.
O bispo de Angra apontou ainda que “o reino das trevas se quer de novo apoderar das mentes, dos corações, dos pensamentos de uma humanidade ainda guiada pela lógica do medo, do arrivismo, do domínio sobre o outro, da violência, da retaliação, pelo mistério do mal e da iniquidade”.
Na sua homilia D. Armando Domingues sublinhou a necessidade de “um anúncio tão forte como o foi a Ressurreição de Cristo, só possível com mulheres e homens novos que não pactuem com o que é velho e com marcas de morte”.
“Precisam-se homens novos movidos pelo amor e capazes de sair, de ser Igreja em saída”.
Na noite deste Sábado Santo, o bispo de Angra afirmou que “o anúncio só se realiza onde há amor, gratuidade” e destacou a importância da comunidade.
“Para que a mensagem da ressurreição corra no nosso mundo e se torne o Evangelho, é necessária uma amizade sincera entre as pequenas células de cristãos, onde o Espírito do ressuscitado vive, para se tornarem células dos ambientes onde estão no mundo frio e dividido. Não terá sido porventura o empobrecimento das relações entre nós que levou ao arrefecimento da fé em tantas partes do mundo, em tantas famílias cristãs, em tantos dos nossos corações e debilitou a força dos evangelizadores de hoje?”, aponta.
Na Vigília Pascal onde acontece o rito do Batismo, o bispo de Angra deixou a palavra “Ide” para todos os catecúmenos e todos os já batizados.
“Sereis leigos no mundo, pela paixão a Cristo e aos irmãos que podeis ou não servir. A escolha continuará a ser vossa”, afirmou.
D. Armando Domingues terminou a sua homilia com uma palavra a todos os que acompanhavam pela televisão e redes sociais e uma palavra de apreço “para os que estão espalhados pelo mundo sendo luz”.
SN