Angola: Conferência Episcopal denuncia «pobreza assustadora» e pede declaração de estado de emergência nas regiões afetadas pela seca

Bispos apresentaram Mensagem Pastoral sobre as eleições de 2022

Foto: Lusa

Luanda, 08 fev 2022 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) alertou esta segunda-feira para a crise social e económica no país, pedindo o empenho das forças políticas para superar estes desafios.

“O quadro social é marcado pela pobreza assustadora, perda de poder de compra, desemprego galopante e degradação de hábitos e costumes, vazio de diálogo entre os partidos e a sociedade civil”, refere o comunicado final da assembleia plenária dos bispos católicos, que aconteceu de 1 a 7 de fevereiro de 2022, em Benguela.

Os responsáveis sublinham que a pandemia de Covid-19 “agravou a crise económica”, alertando ainda para “elevados níveis de intolerância” na sociedade.

“É preciso muita ponderação e diálogo e tudo deve ser feito para que os partidos não sejam mais importantes do que a nação”, indica a CEAST.

O comunicado, divulgado pela Rádio Ecclesia, apela a um investimento na “educação cívica dos cidadãos, evitar o absentismo, pautar pela honestidade, transparência e justiça de todo o processo”.

A CEAST publicou ainda uma Mensagem Pastoral sobre as eleições de 2022, ‘Por uma Nação a construir e um Estado a edificar’, criticando a “acentuada violência no discurso político”.

“Há necessidade de um diálogo sério e patriótico entre as lideranças políticas”, indicam os bispos.

Apontando às quintas eleições gerais na história do país, a Igreja Católica em Angola convida todos a superar “interesses partidários ou de grupos”, com respeito pelas liberdades de expressão, de reunião e de manifestação.

Foto: Rádio ECCLESIA

A mensagem defende um “tratamento imparcial”, por parte das instituições do Estado, da Comunicação Social, das Igrejas, das autoridades tradicionais e de toda a sociedade civil.

Os bispos sublinharam também que a situação da seca e da fome em muitas regiões do país, sobretudo no sul, “exigem a declaração do estado de emergência”, por forma a “propiciar a ajuda internacional”.

OC

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