Ângelus

Foto: Lusa

Queridos irmãos e irmãs,

 

Uma palavra ressoou muitas vezes nestes dias: “grazie”, ou seja, «obrigado». É belo aquilo que acaba de nos dizer o Patriarca de Lisboa: que «obrigado» não expressa só a gratidão pelo que se recebeu, mas também o desejo de corresponder ao bem. Quanto bem recebemos todos nós neste evento de graça! E agora o Senhor faz-nos sentir a necessidade de o partilhar também com os outros, dando alegremente testemunho do dom gratuito de Deus, do bem que Ele colocou nos nossos corações.

 

Mas, antes de nos despedirmos, quero também eu dizer «obrigado». Digo-o, em primeiro lugar, ao Cardeal Clemente e, nele, à Igreja e a todo o povo português: obrigado! Obrigado ao Senhor Presidente, que nos acompanhou nos eventos destes dias; obrigado às instituições nacionais e locais pelo apoio e assistência prestados; obrigado aos Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos. E obrigado a ti, Lisboa, que permanecerás na memória destes jovens como «casa de fraternidade» e «cidade dos sonhos». Exprimo também a minha gratidão ao Cardeal Farrell – que rejuvenesceu nestas Jornadas – e àqueles que as prepararam, bem como a quantos as acompanharam com a oração. Obrigado aos voluntários: para eles, este aplauso saído do coração pelo seu grande serviço! E um agradecimento especial a quem velou pela JMJ a partir do Alto, ou seja, aos Santos patronos do evento e a um em particular: João Paulo II, que deu vida às Jornadas Mundiais da Juventude.

 

E obrigado a todos vós, queridos jovens! Deus vê inteiramente o bem que sois; só Ele conhece o que semeou nos vossos corações. Partis daqui com o que Deus semeou no coração, fazei-o crescer, guardai-o com diligência. Queria fazer-vos uma recomendação: mantende vivos, na mente e no coração, os momentos mais encantadores. Assim, quando chegarem momentos de cansaço e desânimo – que são inevitáveis – e, quem sabe, a tentação de deixar de caminhar ou de vos fechardes em vós mesmos, podereis com a memória reavivar as experiências e a graça destes dias, porque – nunca o esqueçais – esta é a realidade, isto é o que vós sois: o santo Povo fiel de Deus que caminha com a alegria do Evangelho. Desejo também enviar uma saudação aos jovens que não puderam estar aqui, mas participaram nas iniciativas organizadas pelos seus países, pelas Conferências Episcopais, pelas dioceses; penso, por exemplo, nos irmãos e irmãs subsarianos, reunidos em Tânger. A todos, obrigado, obrigado!

 

E de modo particular acompanhamos com o afeto e a oração aqueles que não puderam vir por causa de conflitos e guerras. No mundo, há muitas guerras, muitos conflitos. Cingindo-me a este continente, sinto grande tristeza pela querida Ucrânia, que continua a sofrer tanto. Amigos, permiti também que eu, já idoso, partilhe convosco, jovens, um sonho que trago no coração: o sonho da paz, o sonho dos jovens que rezam pela paz, vivem em paz e constroem um futuro de paz. Através da oração do Angelus, coloquemos nas mãos de Maria, Rainha da Paz, o futuro da humanidade. E há um último obrigado que gostaria de sublinhar antes de concluir: Obrigado às nossas raízes, aos nossos avós, que nos transmitiram a fé, que nos transmitiram o horizonte duma vida. São as nossas raízes. E ao voltardes para casa continuai, por favor, a rezar pela paz. Vós sois um sinal de paz para o mundo, um testemunho de como as diferentes nacionalidades, línguas e histórias podem unir em vez de dividir. Vós sois esperança dum mundo diferente. Obrigado. Avante!

 

E chega enfim um momento que todos esperam: o anúncio da próxima etapa do caminho. Mas antes de vos referir a sede da quadragésima primeira Jornada Mundial da Juventude, quero fazer-vos um convite: marco encontro com os jovens de todo o mundo no ano 2025, em Roma, para celebrarmos juntos o Jubileu dos jovens! Lá vos espero em 2025 para celebrarmos juntos o Jubileu dos Jovens. A próxima Jornada Mundial da Juventude terá lugar na Ásia: será em Seul na Coreia do Sul! E assim, da fronteira ocidental da Europa, passará no ano 2027 ao extremo Oriente: é um belo sinal da universalidade da Igreja e do sonho de unidade do qual vós sois testemunhas!

 

E por fim dirigimos um último obrigado a duas pessoas especiais, aos dois protagonistas principais deste encontro. Estiveram aqui connosco, e continuarão a estar connosco; nunca perdem de vista as nossas vidas, amam as nossas vidas como mais ninguém o poderia fazer. Obrigado a Ti, Senhor Jesus. Obrigado a Ti, Maria, nossa Mãe. E agora rezemos…

 

[Palavras depois da oração do Angelus]

Quero assegurar as minhas orações – e façamo-lo todos juntos – também pelas vítimas da trágica avalanche ocorrida há dois dias na região de Racha, na Geórgia. Sinto-me solidário com os seus parentes. Que a Virgem Santa os console, e sustente também o trabalho das equipes de resgate. E acompanho, estou unido ao meu irmão o Patriarca Elias II.

 

Parque do Tejo, Lisboa

Domingo, 6 de agosto de 2023

 

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