Amnistia Internacional: racismo e discriminação sexual em Portugal

Organizações católicas apresentaram apreensões ao Comissário para os direitos humanos do Conselho Europeu O relatório da Amnistia Internacional (AI) relativo a 2002, apresentado ontem, dia 28 de Maio, acusa as forças de segurança portuguesa de “espancamentos e ofensas verbais baseados em critérios de orientação sexual e raciais”. A parte do texto dedicada a Portugal identifica cinco situações graves: maus tratos por parte de agentes, disparos policiais, mortes sob custódia da polícia, prisões e racismo. Citam-se relatos de maus tratos no momentos da detenção e nas esquadras que, diz o relatório da Amnistia Internacional, tiveram como alegadas vítimas “crianças, mulheres e pessoas de minorias étnicas”. Já esta manhã várias organizações da sociedade civil ligadas à imigração e minorias étnicas tiveram oportunidade de reunir-se com o Comissário do Conselho Europeu para os Direitos Humanos, Gil Robles, onde apresentaram várias preocupações relativas a discriminação racial e sexual. Entre os presentes estiveram três organizações ligadas À Igreja Católica: a Obra Nacional da Pastoral de Ciganos, a Obra Católica Portuguesa de Migrações e o Serviço Jesuíta aos refugiados. As principais falhas apontadas, conforme revelou à Agência ECCLESIA o director da OCPM, têm a ver com a ausência de igualdade no campo de trabalho – foi apresentado o exemplo de uma pessoa que não se pode apresentar como cigana para poder encontrar emprego -, discriminação na prestação de cuidados de saúde e a situação dos reclusos estrangeiros. Segundo o Pe. Rui Pedro, “a falta de protecção às mulheres vítimas das redes de prostituição, as rusgas para encontrar imigrantes ilegais e a questão dos direitos dos presos” são questões que deverão constar do relatório europeu sobre direitos humanos.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top