Amigos especiais

“Amigos Especiais” são para todos os que estão mais perto, são os amigos mais queridos, mais íntimos e que mais tocam o coração!… Nas comunidades Fé e Luz os amigos especiais são o centro das atenções porque são chama de Luz, porque são gente de fé. Em pequenas comunidades ligadas às paróquias locais, o Movimento Fé e Luz, que nasceu em França em 1971, olha os jovens com deficiência mental e diz-lhes que jamais estarão sós. Mas olha também as famílias e os amigos dos amigos… e todos são tocados pela grandeza da sua fraqueza… A Espiritualidade do Movimento Fé e Luz centra-se no “mais pobre e no mais fraco” e no contributo que ele pode dar para “a nossa transformação e redenção”. Assim o explica Alice Cabral que é actualmente o rosto do Movimento Fé e Luz em Portugal. “É de facto um mistério absoluto como é que os nossos filhos que são vistos por toda a gente como pessoas com nenhum sucesso, que são o que muita gente chama de desgraça, como é que nós sentimos que eles são uma graça para nós, quando nós nos deixamos tocar pela pobreza, quando nós aceitamos que eles são como são”. São como são e são felizes. Uma felicidade que para os pais vem depois de ultrapassadas as barreiras sociais, “quando se tem um filho com uma deficiência muito grave, com um comportamento muito bizarro porque grita ou foge, é muito difícil conseguir estar sempre à vontade com as outras pessoas”. Nas Comunidades Fé e Luz pais, familiares e amigos encontram este “à vontade” que é possível não por se encontrarem isolados mas, pelo contrário, por serem acolhidos e poderem abrir o seu mundo. “O viver isto de uma forma muito prática tem sido fantástico porque o meu filho, que nunca esteve isolado, aprendeu a esperar das pessoas novas, da idade dele, uma grande festa e ao mesmo tempo pode-se ver como é que ele é o centro do carinho de toda a gente”. Uma forma de estar que se evidencia nos testemunhos recolhidos entre os jovens e familiares que participaram na festa das Candeias. Um momento que une todas as Comunidades Fé e Luz, em todo o mundo e que se celebrou no início de Fevereiro. O mundo nem sempre está atento aos seus amigos especiais. Porque não tem tempo, porque cada vez mais procura a perfeição e perde a tolerância por aqueles que a não atingem. O Ano Europeu do Deficiente quer chamar a atenção da sociedade civil. Um ano que terá valor se depois deste os outros forem diferentes, sublinha Alice Cabral, lembrando que o mais importante deste Ano é “que as pessoas conheçam o contributo dos deficientes. As pessoas com deficiência não são menos pessoas que as outras, são cidadãos. Isto ainda não entrou nas mentalidades e é importante um ano se nós conseguirmos que isso chegue até aí”. Um caminho a ser feito também na própria Igreja. Actualmente o Movimento Fé e Luz ainda não é reconhecido pela Igreja Católica em Portugal, enquanto movimento nacional. As várias Comunidades que já existem em algumas Dioceses são reconhecidas mas falta um trabalho de ambas as partes para que isso aconteça. Alice Cabral lembra que uma das vertentes mais forte do Fé e Luz é mesmo este esforço de aceitação em Igreja, “é eu reconhecer que eles podem crescer tal como eu posso crescer na minha relação com Deus e aprofundamento. Eles também são pessoas que estão com sede de Deus e o anúncio pode ser feito”. Com uma pedagogia própria o Movimento Fé e Luz acredita que a vida de todo o ser o humano é única e sagrada e é nesse sentido que dirige a sua acção. Como Associação Internacional o Fé e Luz é formado por 1400 comunidades em 75 países dos cinco continentes. Quem quiser conhecer melhor o seu trabalho pode descobri-lo em www.foietlumiere.org. Porque “a pessoa fraca, com deficiência, doente… incomoda-nos profundamente, mas pode transformar-nos se nós quisermos pôr a nossa mão na sua”.

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