América do Sul: Pastoral do Turismo gera «experiência de fé e de rendimento» nas comunidades desfavorecidas

Experiencias no Brasil e na Colômbia apresentam este setor como fator de desenvolvimento e apontam alternativas às grandes massas

Foto: Agência ECCLESIA

Santiago de Compostela, Espanha, 08 out 2022 (Ecclesia) – O padre brasileiro Manoel de Oliveira Filho e o D.  Juan Carlos Cárdenas Toro, da Colômbia, destacaram a importância da Pastoral do Turismo atuar com as comunidades locais e criar sinergias com todas as instituições, em Santiago de Compostela.

“Uma vida plena, vida com saúde, com educação, com possibilidade de sonhos, de elaborar projetos, é uma notícia maravilhosa, é Evangelho que damos às pessoas”, disse hoje o padre Manoel de Oliveira Filho, em declarações à Agência ECCLESIA.

O diretor Nacional da Pastoral de Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) explicou que quando apresentam o turismo de base comunitária/ turismo social, “o turismo religioso de base comunitária como gerador de experiência de fé e de geração de rendimento para as populações acolhedoras”, articulam uma rede, no interior da Igreja, com os diferentes setores pastorais, com as comunidades, com os movimentos, com paróquias, e com conventos, mosteiros e museus eclesiais.

“E a partir da rede intraeclesial uma rede social com órgãos governamentais, com órgãos empresariais, criando uma sinergia em torno do turismo, no caos de salvador do turismo religioso e cultural, que vai gerando emprego, sustentabilidade”, realçou.

O VIII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, que terminou hoje em Santiago de Compostela, deixou um apelo à promoção de uma nova lógica do setor, inspirada na encíclica ‘Laudato Si’, de Francisco, na sessão conclusiva dos trabalhos, promovidos pela Santa Sé, a Conferência Episcopal Espanhola e as autoridades da Galiza.

Foto: Agência ECCLESIA

Já D. Juan Carlos Cárdenas Toro explicou que na sua região, no sul da Colômbia, “há muitas brechas sociais”, e sentiu “esquecida do resto do país”, como disse o Papa Francisco ‘uma periferia geográfica e existencial’, mas, quando chegaram, “há menos de dois anos”, encontraram “imenso potencial”, na sua biodiversidade, nas suas culturas, no artesanato, “em todas as tradições ancestrais, na diversidade étnica”, e no património arquitetónico, principalmente religioso.

“Entendemos que a Pastoral do Turismo também trata de levar a que o turismo se torne uma oportunidade de desenvolvimento e reduzir essas brechas nessas comunidades”, salientou o bispo de Pasto à Agência ECCLESIA.

Também nesta região do sul da Colômbia, segundo D. Juan Carlos Cárdenas Toro, querem “gerar sinergias de instituições”, e a partir da rede da Igreja Católica, que “tem uma pastoral organizada, integrada e integral”, com os diversos setores do Estado – como o local e o regional – “dinamizar o desenvolvimento através das comunidades”.

‘Turismo religioso, desenvolvimento social a partir da articulação comunitária’ foi o tema da conferência do padre Manoel de Oliveira Filho que apresentou o projeto de Roteiros de Fé em Salvador da Bahia.

À Agência ECCLESIA, destacou que no interior da Baia, “no alto sertão, na região mais empobrecida do Estado”, existe um assentamento, resultado da reforma agrária, onde “uma jovem liderança gera resultados que fazem com os jovens fiquem na terra”, e que tenham autoestima sobre “quem é, onde está, e o lugar onde está”.

Com iniciativas que apontam para alternativas ao turismo de massas, o diretor nacional da Pastoral de Turismo da CNBB destaca que têm criado em Salvador “várias possibilidades de experiência dos espaços”, com o turismo de base comunitária a procurar alcançar isso, nomeadamente no Convento de São Francisco, “uma das sete maravilhas portuguesas fora de Portugal”, onde “os frades oferecem o café franciscano” dentro dos seus espaços.

“São várias possibilidades que saem da lógica massiva para uma lógica do turismo Laudato Si, o turismo de experiência”, acrescentou o sacerdote brasileiro.

Muita gente está cansada das massas e procura uma experiência muito mais orgânica, contacto com a natureza, por exemplo. A nossa região está classificada como um dos melhores lugares para o avistamento de aves. O destino que nos liga com as culturas das pessoas, com as suas tradições, com os valores artesanais e musicais, é muito interessante e pode ser um destino muito atrativo” – D. Juan Carlos Cárdenas Toro

 

O VIII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo iniciou-se a 5 de outubro e teve como mote ‘Turismo e Peregrinação: Caminhos de Esperança’; esta iniciativa contou com a presença de vários oradores peritos em Pastoral do Turismo e responsáveis da Santa Sé, além de representantes de 25 conferências episcopais.

OC/CB

Igreja/Turismo: Congresso Mundial propõe nova lógica, inspirada na «Laudato Si»

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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