Ambiente: Países em vias de desenvolvimento precisam de ajuda para enfrentar alterações climáticas (c/vídeo)

Fundação Fé e Cooperação e Associação Zero pedem responsabilidades políticas e individuais na construção da sustentabilidade

Lisboa, 05 jun 2018 (Ecclesia) – A Fundação Fé e Cooperação e a Associação Zero alertaram para as consequências que os países em vias de desenvolvimento enfrentam face às alterações climáticas e apontam a necessidade de fundos que ajudem a lidar com o problema.

“É nos países menos desenvolvidos e que contribuem menos para as emissões de gases com efeitos de estufa que encontramos maiores impactos e menor capacidade para lidar, tendo menos meios financeiros para enfrentar catástrofes”, refere Francisco Ferreira, da Associação ZERO, em declarações à Agência ECCLESIA.

O aumento das temperaturas, “desde a era pré-industrial”, conduz a fenómenos como secas, cheias, ondas de calor, problemas agrícolas, aumento do nível do mar desencadeando situações de pobreza nos países em vias de desenvolvimento, que possuem “infraestruturas precárias” têm “menos meios para enfrentar as alterações climáticas”, assinala por sua vez Ana Patrícia Fonseca, da Fundação Fé e Cooperação (FEC).

Falando a respeito do Dia Mundial do Ambiente, que se celebra hoje, a responsável pelo Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social da FEC adverte que as alterações climáticas não podem colocar em causa o trabalho de cooperação e desenvolvimento que é feito nestes países, em especial nas áreas da saúde e da educação.

“Que o apoio financeiro dado para que os países mais frágeis se possam adaptar às alterações climáticas não saia da ajuda pública ao desenvolvimento dada pelos Estados”, mas que sejam “fundos adicionais”, sublinha.

A recomendação faz parte de um conjunto de indicações que a FEC formula no estudo publicado «Alterações Climáticas e Desenvolvimento», em parceria com a CIDSE, Rede Internacional de organizações católicas para o desenvolvimento, e com a associação Zero.

“Os fenómenos meteorológicos extremos levam a condições sociais muito precárias, podendo destruir culturas que alimentam agricultores e comunidades pobres, destruir habitações, parcelas de terra”, exemplifica Patrícia Fonseca, que situa o problema na área dos direitos humanos uma vez que se trata de questões ambientais que “degeneram em problemas sociais”.

 

Francisco Ferreira aponta uma “responsabilidade maior, até histórica, dos países desenvolvidos na emissão de gases”, que, explica, “não desaparecem imediatamente”, permanecendo cerca de 100 anos na atmosfera.

“A China, neste momento, é o principal país contribuinte para os gases com efeitos de estufa, mas se olharmos para o historial desde a revolução industrial são os Estados Unidos da América e a Europa que têm um peso maior”, indica.

O responsável dá conta de que começa a haver uma resposta da sociedade e da tecnologia, para alterar comportamentos mas, adverte, para a necessária “resposta individual e coletiva”, à escala do município de mudança de comportamentos que “emitam menos gases poluentes” e mantenham a qualidade de vida.

As alterações climáticas estão no topo da atualidade do desenvolvimento sustentável e neste dia Mundial do Ambiente os responsáveis são unânimes em afirmar a necessidade de mudar comportamentos.

Francisco Ferreira foca as “responsabilidades políticas de todos os países” e também a importância de as “lideranças religiosas” se implicarem na salvaguarda de um território que é de todos.

No estudo «Alterações Climáticas e Desenvolvimento» são feitas algumas recomendações “a nível global, europeu e nacional”.

Para a realidade portuguesa é recomendado uma “maior coordenação entre diferentes organismos públicos que trabalham as alterações climáticas e as questões do desenvolvimento”, sugere Ana Patrícia Fonseca.

PR/LS

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Agência ECCLESIA

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