Ambiente: Jornadas «acordar» querem promover «cidadania global e ativa» (c/vídeo)

Fundação Fé e Cooperação e Associação Casa Velha promovem iniciativa

Padre Pedro Walpole, Foto FEC/Casa Velha

Lisboa, 27 fev 2019 (Ecclesia) – A Fundação Fé e Cooperação (FEC) e a Associação Casa Velha estão a dinamizar as jornadas ‘Acorda! Da conversão ecológica à transformação social’, que terminam hoje, para “sensibilizar” a sociedade civil para “escolhas conscientes”, mesmo nas eleições.

“Isto não é só uma agenda política, é uma agenda humana e é isso que temos de conseguir através dos políticos, eles têm de tomar decisões que cuidem das pessoas e não apenas a próxima decisão económica mais fácil”, disse o padre jesuíta Pedro Walpole, convidado das jornadas, em declarações à Agência ECCLESIA.

O sacerdote, que coordena a Plataforma Ecojesuit, realçou que “é muito importante que haja um compromisso político” e vontade para fazer mudanças.

“Acho que está uma nova fase, requer um compromisso social e porque as pessoas em muitos aspetos estão muito cansadas, porque já ouvem falar muito disto, requer realmente uma nova energia para conseguir esse compromisso social”, desenvolveu o padre Pedro Walpole, irlandês, que trabalha há mais de 20 anos nas Filipinas pela justiça social através da gestão ambiental.

Pedro Franco, membro da FEC, explicou que os eventos querem acordar as pessoas para “as pequenas mudanças” que se podem “fazer a nível individual”, mas também “enquanto agentes sociais e eleitores”.

O técnico de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social considera importante a “consciencialização dos impactos” que as escolhas diárias de cada pessoa têm, mas também conhecer “o cenário político” e, inclusive, “fazer escolhas determinantes, nomeadamente nos atos eleitorais”.

Segundo Pedro Franco, tem existido uma “preocupação crescente” com a questão das alterações climáticas e com “o desenvolvimento sustentável”, por isso, a FEC, a Associação Casa Velha e a CIDSE querem “mobilizar as pessoas para uma cidadania global e ativa”.

“A Igreja tem de acompanhar todas as pessoas que lutam hoje em dia. A importância da Igreja é ser os pobres e a todos os níveis tem de se juntar para apoiar as necessidades dos pobres mas também para ser ocasião de esperança, ocasião de cura, e reconciliação”, referiu, por sua vez, o padre Pedro Walpole.

A presidente da Associação Casa Velha acrescenta que é “muito importante” a ligação de decisores políticos com sociedade civil porque “muitas vezes, há uma separação”: de um lado estão os territórios e as comunidades, do outro “as políticas e os políticos, que se vão afastando”.

“Todos somos precisos e sobretudo todos temos de partir da realidade”, afirmou Margarida Alvim, para quem a sociedade civil pode “testemunhar e viver esta mudança, estas alternativas”, para que possam “inspirar mudanças políticas”, ligando histórias de mudança, “ajudando, trazendo os políticos à realidade”.

As jornadas ‘Acorda! Da conversão ecológica à transformação social’ terminam hoje com a conferência do padre Pedro Walpole, a partir das 21h30, no Centro Universitário Padre António Vieira – CUPAV – no Lumiar; às 18h00, decorre o workshop ‘Do despertar pessoal aos acordos para a transição ecológica justa’.

Para Margarida Alvim, tem de haver “confiança, esperança”, nos acordos que são feitos e quem tem isso deve “mobilizar outros”.

“Se há políticos que abandonam os acordos, nesses mesmos países há muito exemplos de alternativas cada vez mais fortes. Muitos vezes estes movimentos políticos contrários acordam uma sociedade civil adormecida e isso está a acontecer em vários ugares, portanto, com certeza é para ter esperança, confiança”, acrescentou a engenheira florestal, presidente da Associação Casa Velha.

O encontro de três dias começou com a apresentação do documentário ‘Energia para Mudar’, que conta com testemunhos e exemplos de vários países – Bélgica, Brasil, Congo, Quénia, Portugal, Suíça, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

CB/OC

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