Território que é considerado o principal «pulmão» da Terra está a ser consumido pelas chamas há vários dias
Bogotá, 23 ago 2019 (Ecclesia) – Os bispos da América Latina emitiram um comunicado conjunto sobre a situação dos incêndios que estão a devastar a Amazónia.
No documento, publicado na página online do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que representa a Igreja Católica em 22 países daquele território, os responsáveis católicos expressa a sua “preocupação com a gravidade desta tragédia”, com “proporções planetárias”.
Os membros do CELAM apelam a uma intervenção “urgente” da parte “dos governos dos países amazónicos, em especial do Brasil e da Bolívia”, e também da “Comunidade Internacional e das Nações Unidas”, para que “se tomem medidas sérias para salvar aquele pulmão do mundo”.
“O que está a acontecer na Amazónia não tem apenas um impacto local, ou mesmo regional, mas tem um alcance global. Se a Amazónia sofre, o mundo sofre”, frisam os bispos católicos da América Latina.
Recorde-se que para o mês de outubro está marcado um Sínodo dos Bispos da Igreja Católica precisamente dedicado à Amazónia, e centrado em grande medida na questão da proteção do meio-ambiente e das comunidades indígenas.
Para o CELAM, a “esperança” que advinha da proximidade desse encontro “está manchada pela dor desta tragédia natural”.
Aqueles responsáveis citam o ‘instrumento de trabalho’ que já foi desenvolvido, com as linhas orientadoras do Sínodo, e que recorda que “a floresta amazónica, de importância vital para o planeta”, vive “uma crise profunda” motivada pela mão “humana” e que tem na sua base a “cultura do descarte”.
Ao mesmo tempo, os bispos latino-americanos retomam as palavras do Papa Francisco para apelar “a todos os que ocupam posições de responsabilidade, no campo económico, político e social” e a “todos os homens e mulheres de boa vontade”, para que se afirmem como “guardiões da Criação”.
Nos últimos dias foram detetados inúmeros focos de incêndio na região da Amazónia, em especial na região que abrange o Brasil e a Bolívia.
As autoridades suspeitam que esta catástrofe natural teve início devido à ação humana, nomeadamente por causa da promoção de queimadas deliberadas na floresta.
O território da Amazónia, composto por uma área com cerca de cinco milhões e meio de quilómetros quadrados, integra a maior floresta tropical do mundo e o polo de biodiversidade mais representativo do planeta.
Este ‘pulmão do planeta’ está espalhado por uma zona natural que abrange países como o Brasil, o Peru, a Colômbia, a Venezuela, o Equador, a Bolívia, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa.
JCP